Portuguesa Somague une forças com brasileira MPH

A Somague MPH Construções anuncia hoje o início de sua atuação. Focada em obras de terceiros, a construtora foi constituída pelo grupo português Somague e pela brasileira MPH. A companhia vai atuar na execução de obras de shopping centers, empreendimentos industriais, galpões, supermercados, edifícios comerciais e residenciais. Obras de hotéis e hospitais também estão no radar.

A nova construtora já começou a conversar com empresas gerenciadoras de projetos para indústrias, incorporadoras de grande porte listadas em bolsa e grupos hoteleiros estrangeiros que atuam no Brasil ou pretendem dar início a operações no país.

A projeção da Somague MPH é que R$ 150 milhões em obras sejam contratadas até o fim do ano. A esse valor irão se somar R$ 100 milhões em obras da MPH, em Ribeirão Preto (SP), que foram incorporadas pela nova empresa. Os R$ 100 milhões incluem unidade da C&C que está sendo entregue, centro logístico da REC, empresa do fundo de investimentos Prosperitas, e edifício corporativo da Multiplan, ambos em fase de construção.

Com sede em escritório na avenida Cardoso de Melo, na Vila Olímpia, em São Paulo, a Somague MPH pretende ter atuação nacional, principalmente nas regiões Sudeste e Sul.

As conversas para a criação da Somague MPH começaram há um ano, quando um representante dos portugueses procurou a MPH, empresa de Jorge Manubens, Wilson Pompilio e Arnaldo Halpern. "Queríamos entrar em obras industriais e para clientes privados", conta o diretor da Somague Brasil e conselheiro da Somague MPH, Nuno Lourinha. A empresa foi constituída em dezembro de 2011.

Segundo Manubens, que preside o conselho de administração da nova empresa, faltava musculatura – sistemas, pessoas e know-how de execução – para a MPH. "Ao mesmo tempo, tínhamos conhecimento do mercado local", conta o presidente do conselho. Pompilio e Halpern também são conselheiros da empresa, assim como Lourinha e outros dois representantes da Somague, Rui Vieira de Sá e José Ferreira Teixeira.

A Somague MPH vai contar com técnicos de obras e profissionais das áreas de planejamento e controle de custos oriundos da Somague. A portuguesa já estava presente no Brasil desde 1997, tendo passado, por exemplo, pelo segmento de concessões rodoviárias. A empresa construiu parte do porto da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Sepetiba (RJ), ganhou licitações de grandes obras e participa de concessões no setor de saneamento.

A Somague MPH será capitalizada à medida que for necessário, segundo o presidente do conselho de administração. Por ser prestadora de serviços, a empresa não precisa contar, por exemplo, com banco de terrenos, matéria-prima fundamental para as incorporadoras.

A desaceleração dos lançamentos no segmento de incorporação imobiliária não preocupa a empresa, segundo Manubens. Isso porque, como a Somague MPH atua em vários segmentos, a diminuição da demanda por terceirização de obras por parte de algum deles é compensada pelos demais. "Os empreendimentos residenciais têm tecnologia mais simples. Nosso foco principal são obras de mais tecnologia, como as de shopping centers", acrescenta Manubens.

No segmento de unidades industriais, a empresa espera que a demanda seja puxada pelos setores automotivo, farmacêutico e de papel e celulose.

(Chiara Quintão | Valor)

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