Pöyry planeja fortalecer presença nos emergentes

Uma das maiores empresas mundiais de engenharia para a indústria de celulose e papel, a finlandesa Pöyry iniciou o ano com ao menos duas metas bem definidas: ampliar a presença em mercados emergentes e, cada vez mais, participar da execução e gestão dos projetos que desenvolve. "No Brasil, já estamos mais avançados nesse sentido e não estamos tão concentrados apenas no projeto", disse ao Valor o principal executivo da companhia, Heikki Malinen, em recente visita ao país.
 
Em termos de estratégia geográfica, a Pöyry já vem colhendo bons resultados fora do tradicional mercado europeu. No passado, das vendas globais consolidadas de € 796,1 milhões, 18% foram firmadas na América Latina, com destaque para o Brasil. Maior produtor mundial de celulose branqueada de eucalipto, o país assiste ao início de um novo ciclo de investimentos em fábricas de celulose e papel, que até 2020 deve movimentar US$ 22 bilhões, que abrirá enormes oportunidades às empresas de engenharia.
 
Da nova leva de projetos, com início de operação previsto para este ano e o próximo, a Pöyry garantiu contratos com a Eldorado Celulose e Papel, Rigesa e Suzano Papel e Celulose. "São três grandes projetos que estão ocupando muito do nosso tempo", contou o executivo, acrescentando que há cerca de 900 profissionais empenhados na execução dos contratos firmados pela Pöyry no país.
 
Contudo, conforme Malinen, os interesses da companhia no mercado brasileiro não estão restritos à indústria de celulose e papel. As áreas de mineração e siderurgia, energia e biomassa oferecem grande potencial e a Pöyry quer acompanhar o crescimento de projetos nesses segmentos. Em energia, a companhia finlandesa já conta com alguns clientes brasileiros, porém a meta é reforçar essa carteira diante da busca cada vez mais expressiva por fontes alternativas. "Estamos olhando carvão, gás, biomassa. O Brasil está querendo nesse segmento e queremos acompanhar", reiterou.
 
Além do Brasil, países asiáticos estão na mira da companhia. Com exceção da China, segundo o executivo, que oferece muitas possibilidades de negócio, porém torna difícil a execução de projetos por parte de companhias estrangeiras que operam com tecnologia em razão das inúmeras licenças exigidas. "Há ainda outros obstáculos, que acabam tornando o país menos atraente", explicou. Dessa forma, as atenções se voltaram ao Vietnã, Indonésia e Filipinas. "São países que também crescem rapidamente e estão mais abertos aos estrangeiros", disse.
 
Ao mesmo tempo em que avança sobre mercados emergentes, a companhia se prepara para atuar cada vez mais em todo o processo de construção e implantação de novos projetos, acompanhando todas das fases, em regime de EPCM (do inglês Engineering, Procurement and Construction Management). Com ações listadas na Bolsa de Helsinque, a Pöyry registrou crescimento médio de 12% ao ano na última década. Para 2012, em termos globais, a expectativa da companhia é a de vendas estáveis, diante do esfriamento da economia europeia.
 
Para o país, onde iniciou atividades em 1974 e abriu uma subsidiária em 1999, a meta é manter o nível de vendas, porém incrementar as taxas de rentabilidade.

(Stella Fontes | Valor)
 

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