Preço do imóvel se aproxima do teto, diz Secovi-SP

A valorização imobiliária na capital paulista deve continuar, porém de forma mais tênue, na avaliação do Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo, ficando mais próxima dos índices de inflação.

O preço do metro quadrado de área útil dos imóveis novos residenciais na capital paulista subiu 8,6% em junho, considerando a média do valor nos últimos 12 meses, ante dezembro, seguindo a mesma metodologia desenvolvida pela entidade. No mesmo período, o INCC (Índice Nacional da Construção Civil) teve alta de 5,6%.

Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, justifica a necessidade de uma média ponderada por um período tão longo para evitar distorções pontuais e ressalta que "é preciso tomar cuidado para comparar coisas comparáveis".

Na capital paulista, por exemplo, o preço do metro quadrado do lançamento variava entre R$ 2.236,51, em Anhanguera, na zona norte, no limite com os municípios de Santana do Parnaíba, Cajamar e Caieiras, e R$ 17.887,21 no Jardim Europa, na zona oeste.

DESACELERAÇÃO

O percentual mostra a desaceleração nos preços, já que, ao longo do ano passado, comparando os meses de dezembro de 2010 com 2009, o aumento havia sido de 27,7%.

"A redução nas vendas mostra que os preços estão batendo no teto", afirmou o presidente do Secovi-SP, João Crestana, referindo-se à diminuição de 31,3% nos imóveis comercializados no primeiro semestre deste ano na cidade ante igual período em 2010. Na região metropolitana, a queda chegou a 28%.

Ponderando sobre os dados de valorização imobiliária, Petrucci fez questão de destacar que a maior parte das unidades ainda é vendida para quem está comprando o seu primeiro imóvel, logo tem a intenção de morar nele por dez, quinze anos. A importância dos investidores para esse mercado, que querem lucrar com o negócio num intervalo curto, ainda é pequena –o que é saudável, na sua opinião.

O perigo de concentrar as vendas nesse público, ressalta, é que as moradias de um empreendimento sejam devolvidas ao incorporador caso o investidor não consiga a valorização almejada durante a obra, tornando um lançamento inicialmente bem sucedido em um problema para a empresa.

(Tatiana Resende l Folha)

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