Preço do m² dos apartamentos sobe 1,9% em setembro, diz FipeZap

Procurar um apartamento a um preço acessível continua tarefa árdua para o consumidor das principais capitais brasileiras. Em setembro, o preço médio do m² desse tipo de imóvel voltou a acelerar após quatro meses de avanço menos intenso, com alta 1,9% nas sete capitais pesquisadas pelo Índice FipeZap de apartamentos anunciados. "O ritmo de evolução dos preços é menor que o verificado no 1º semestre, mas o patamar de 2% ainda é elevado", diz Eduardo Zylberstajn, economista coordenador do índice.

"Os dados mais recentes sugerem que há uma acomodação no número de novos empreendimentos", diz Zylberstajn. Segundo ele, esse movimento é contrário ao do ano passado, quando demanda e oferta cresciam a passos largos.

O desempenho das construtoras brasileiras neste ano, explica Zylberstajn, também pode contribuir para altas relevantes do índice até o fim do ano. "As ações e os resultados das construtoras tem tido um desempenho ruim, o que faz com que elas tenham de recompor as margens de lucro, especialmente por causa do preço dos terrenos, os grandes vilões dessa alta mais recente", afirma o economista.

Em São Paulo, o valor foi de R$ 5.778, com a região do Ibirapuera/Vila Nova Conceição mantendo o posto de líder no preço por m² anunciado, com R$ 8.837. O preço médio do m² em setembro oscilou entre R$ 7.859 (Distrito Federal) e R$ 3.452 (Salvador) dentre os bairros pesquisados. Belo Horizonte fechou setembro com o m² valendo R$ 4,489, Recife, R$ 4.460, e Fortaleza, R$ 4,181. Na média das sete regiões, o preço médio atingiu R$ 5.936. No acumulado em 12 meses, o preço médio em sete capitais aumentou 29%, com Rio de Janeiro (+41%) e Recife (+30%) liderando o movimento.

Rio

A capital carioca também acumula a maior variação positiva nos nove primeiros meses do ano, de 29%. Desde o início da série, em janeiro de 2008, a alta na cidade foi de 144%. Com tais cifras, o preço médio do m² no Rio superou ainda, pela 1ª vez na série, o patamar de R$ 7 mil.

A disparidade entre os bairros também é grande na capital carioca: entre o do m² mais caro e o mais barato, há uma variação de 16 vezes – R$ 16 mil no Leblon e pouco mais de R$ 1 mil em Anchieta. Segundo o FipeZap, isso faz com que os bairros cariocas acima citados sejam, respectivamente, o mais caro e mais barato da pesquisa.

Os preços dos empreendimentos na capital carioca estão em destacada expansão desde o 2º semestre de 2009, diz Zylberstajn, principalmente por conta dos movimentos de antecipação ante a expectativa de valorização dos imóveis com os eventos esportivos de 2014 e 2016.

Lançado em fevereiro, o índice é resultado de uma associação entre a Fipe e o site Zap Imóveis dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo.

(Hugo Passarelli l Economia & Negócios)

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