Progen compra 50% de companhia espanhola

Em sua estratégia de diversificação das atividades, a Progen, empresa nacional de engenharia consultiva, gerenciamento e implantação de projetos, acaba de firmar uma joint venture com a espanhola AudingIntraesa no mercado brasileiro. O alvo da parceria é o setor de infraestrutura, no qual busca ter maior presença nos negócios do país.
 
Eduardo Barella, presidente da Progen, não revelou o valor do aporte que sua empresa fará na espanhola para ficar com 50% de participação no capital da subsidiária brasileira da AudingIntraesa. Segundo informou, a empresa espanhola é uma das principais desse setor em seu país e possui 30 anos de experiência em engenharia e consultoria nas áreas de transporte público, saneamento e meio ambiente.
 
"Nosso objetivo, com essa parceria, é ganhar contratos em projetos de monotrilhos, VLTs, metrôs, aeroportos e até trens de alta velocidade, os TAV", afirmou Barella. O empresário disse esperar que a união eleve o faturamento anual da empresa espanhola no Brasil de R$ 3,5 milhões para R$ 50 milhões em três anos.
 
Atualmente, o foco de atuação da Progen, sediada em São Paulo, está concentrado em projetos de mineração, metalurgia e fertilizantes. A empresa quer ganhar mais presença nos setores de óleo e gás e de infraestrutura.
 
No ano passado, a Progen adquiriu, por R$ 7,5 milhões, 80% do capital da R. Peotta, uma empresa especializada em engenharia e projetos no setor portuário localizada no Rio. "Com a incorporação da R. Peotta, quase dobramos o faturamento nessa atividade. Fechamos o ano passado com R$ 30 milhões, bem acima do que projetamos", afirmou.
 
O alvo da parceria com a empresa espanhola, destacou Barella, é o mercado brasileiro de transporte de passageiros, podendo fazer atuações pontuais no exterior. O espanhol Eduardo Borrell Arqué, executivo na AudingIntraesa na Espanha, assume como presidente da subsidiária no Brasil. "Queremos ser o competidor mais importante do mercado brasileiro", declarou Arqué, em comunicado, sobre a sociedade com a Progen.
 
Para Barella, "o cenário de infraestrutura no Brasil é extremamente positivo dadas as realizações próximas da Copa do Mundo, em 2014, e dos Jogos Olímpicos, em 2016, além do crescimento econômico do país".
 
No ano passado, o faturamento da Progen alcançou R$ 401 milhões, ante estimativa de R$ 350 milhões, crescendo mais de 50% sobre o resultado de 2010, que foi de R$ 260 milhões, informou o empresário, que assumiu o comando da empresa, no lugar do pai em 2008. A área de mineração responde por metade do faturamento da empresa, que tem contratos de exclusividade nesse setor em vários projetos, no país e exterior, com a Vale. "Para este ano, projetamos alcançar R$ 500 milhões", afirmou.
 
Com 24 anos de atividades no ramos de engenharia consultiva, gerenciamento e implantação de projetos industriais, a empresa fechou 2011 com 2.467 funcionários – boa parte de nível superior, como engenheiros e geólogos -, 37% a mais do que no fim do ano anterior. A Progen tem escritórios no Brasil e na Argentina, onde atua no projeto de mineração de potássio Rio Colorado, da Vale.

(Ivo Ribeiro | Valor)
 

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