Providência anuncia duas novas fábricas

CURITIBA – A Companhia Providência, uma das maiores fabricantes mundiais de não-tecidos, material usado em descartáveis higiênicos e hospitalares, vai investir US$ 120 milhões em duas unidades de produção, uma nos Estados Unidos e outra no Brasil, em locais que serão definidos nas próximas semanas. As obras devem começar em 2011 e a inauguração está prevista para o primeiro semestre de 2012. O projeto, aprovado pelo conselho de administração, contempla a opção de compra de mais duas máquinas no prazo de dois anos.

A decisão do investimento foi tomada dois meses antes de a empresa inaugurar a primeira fábrica fora do país. Em janeiro ela começará a produzir na Carolina do Norte (EUA), em unidade com capacidade instalada para 20 mil toneladas de não-tecidos por ano. Se a obra não tivesse sido adiada por causa da crise econômica, a subsidiária americana já estaria produzindo desde o começo do ano.

As novas unidades também terão capacidade para 20 mil toneladas anuais cada. Ou seja, em 2012, a companhia terá condição de produzir até 140 mil toneladas, 75% mais do que as atuais 80 mil. Hoje a Providência usa praticamente toda a capacidade para atender clientes do Brasil e exterior.

Sobre a ampliação no Brasil, o que se pode dizer é que o terreno onde fica a sede, em São José dos Pinhais (PR), não comporta uma nova unidade. No local há nove linhas de produção, algumas delas com capacidade pequena, e parte do terreno é alugado pela Aliaxis, para a qual vendeu sua fábrica de tubos e conexões, a Provinil, em 2008. A Providência também tem fábrica em Pouso Alegre (MG), onde faz 10 mil toneladas por ano, com espaço para nova máquina.

O presidente da Providência, Hermínio de Freitas, diz que na decisão serão analisados incentivos fiscais e outros fatores. "Vamos avaliar onde faz mais sentido ter essas fábricas novas." De acordo com o executivo, o mercado na América do Sul deve aumentar cerca de 10% ao ano nos próximos três a cinco anos e a expectativa é de que chegue a 175 mil toneladas em 2011. Nos Estados Unidos, a expansão deve ser menor, de 3% ao ano, mas o volume lá é de 550 mil toneladas anuais. No primeiro caso, o crescimento é motivado pela demanda por fraldas infantis e, no segundo, por fraldas geriátricas.

Na semana passada, a Fitesa Fiberweb, uma das concorrentes da Providência, anunciou uma fábrica em Lima, no Peru, e vai instalar sua segunda unidade nos Estados Unidos. Para Freitas, haverá uma renovação no parque industrial do segmento, necessária por questões tecnológicas e resultado final do produto. Para bancar os investimentos, a Providência vai buscar linhas de financiamento de longo prazo. O principal item do projeto é a máquina de produção, que responde por 70% do custo.

Sobre a fábrica que está prestes a inaugurar nos Estados Unidos, Freitas disse que toda a produção ficará naquele país. Hoje a Providência vende para lá 9 mil toneladas por ano, pouco menos da metade da capacidade que terá para produzir. Como não precisará mais exportar esse volume, a empresa sairá em busca de mais contratos no Brasil e países vizinhos.

A Providência teve lucro líquido de R$ 14,2 milhões no terceiro trimestre, 33,1% mais que em igual período do ano passado, porque conseguiu repor as margens após reajustes nos preços de sua principal matéria-prima, o polipropileno. O volume de vendas somou 19,7 mil toneladas e foi 3,2% maior. A receita líquida entre julho e setembro foi R$ 116,6 milhões, o que representa alta de 12,2% na comparação com igual período de 2009.

(Marli Lima | Valor)

 

 

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