Romi separa capital para expansão e espera resposta da Hardinge

As Indústrias Romi já separou US$ 92 milhões para aquisição de empresas no exterior, independentemente do sucesso de sua oferta pela americana Hardinge, que produz tornos, centros de usinagem e retificadoras.

Os recursos da fabricante de máquinas-ferramenta estão depositados em uma conta bancária em Nova York e representam uma injeção de capital na subsidiária Helen, que será o veículo utilizado pela Romi em seus movimentos nos Estados Unidos.

"A finalidade é ampliar mercado no exterior. Esse dinheiro não está carimbado para a Hardinge. Se não acontecer (a aquisição da empresa americana), vai para outros negócios", afirmou ao Valor o presidente da companhia, Livaldo Aguiar dos Santos.

A empresa trabalha com uma lista de alternativas a um possível fracasso na investida pela Hardinge. O executivo, no entanto, acrescentou que ainda tem confiança em um acordo com os americanos.

A fabricante brasileira está buscando um diálogo com a cúpula da Hardinge, após o conselho de administração da empresa rejeitar por duas vez a oferta de US$ 8 por ação lançada aos acionistas.

O início de uma negociação direta com os administradores é considerado como ponto-chave ao sucesso da oferta, uma vez que a operação depende da retirada de uma cláusula de defesa que prevê direitos aos acionistas no caso de venda de uma fatia igual ou superior a 20% do capital.

Na última semana, a Romi solicitou ao"board"da Hardinge a realização de trabalhos de diligência, assim como a abertura de um canal de negociação, com a possibilidade de uma melhora no preço estipulado pelas ações.

No entanto, Santos diz que ainda não houve uma resposta ao pedido. A aposta da empresa é de que o conselho será pressionado a aceitar o diálogo no caso de uma adesão superior a dois terços à oferta hostil, cujo encerramento está marcado para o dia 10 de maio."Nesse caso, será difícil (para o conselho) não alterar as condições", diz.

A Romi reportou lucro de R$ 10,563 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 7,838 milhões de igual período de 2009. Segundo Santos, o resultado mostra que a empresa conseguiu sair rapidamente das turbulências geradas pela crise financeira internacional.

Embora o Brasil tenha retomado a normalidade dos negócios, o presidente da Romi diz que a recuperação das exportações tem sido mais tímida."O mundo lá fora está comprando muito pouco", afirma.

(Eduardo Laguna | Valor)

 

 

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