Rossi mantém rumo, mas muda meta

Depois de dez anos na Rossi Residencial, o mineiro Leonardo Diniz está para assumir a presidência-executiva da companhia, no lugar de Heitor Cantergiani. Fisicamente, continuará na mesma sala em que, enquanto diretor comercial, dividia com Cantergiani e com o diretor financeiro e de relações com investidores, Cássio Audi, para facilitar a comunicação e a tomada de decisões. A intenção de continuidade se estende à gestão que está se encerrando. "Não haverá nenhuma ruptura dos rumos da Rossi. Vamos reforçar a estratégia de atuação nacional, diversificação de produtos e crescimento orgânico", conta Diniz.
 
No fim de 2011, a Rossi conclui o ciclo de crescimento iniciado em 2009, quando assumiu a meta de dobrar de tamanho em dois anos. Em 2009, a companhia lançou o Valor Global de Vendas (VGV) de R$ 2,156 bilhões e, neste ano, espera cumprir a meta de chegar à faixa de R$ 4,2 bilhões a R$ 4,6 bilhões.
 
No momento, estão em discussão, na Rossi, o orçamento e os planos para os próximos dois anos. O cenário a ser traçado levará em conta a expectativa menor para o crescimento da economia brasileira. Em 2012, as atenções da Rossi vão se voltar mais para rentabilidade e para a geração de caixa do que para expansão de lançamentos. Já estava nos planos da empresa, segundo o executivo, que, depois do salto dos últimos dois anos, o nível de crescimento no período seguinte seria menor.
 
A postura está em linha com o discurso do setor, que busca agora o retorno dos recursos investidos nos lançamentos de 2007 e, principalmente, em 2008. "A tendência é já passarmos a ter fluxo de caixa positivo no primeiro semestre de 2012", afirma Diniz. Na prática, mais recursos entrarão no caixa operacional da empresa do que serão consumidos na compra de terrenos e lançamentos.
 
"Para 2012, temos, praticamente, o banco de terrenos todo em casa." No fim do terceiro trimestre, o banco de terrenos da Rossi correspondia a lançamentos de R$ 22 bilhões. Esse estoque foi engrossado pela contribuição de R$ 2,8 bilhões de terrenos da empresa sergipana Norcon, para lançamentos até 2013. A Rossi comprou a Norcon no primeiro semestre, com um banco de terrenos total de R$ 13 bilhões. "A Norcon nos permite ter acesso a mais terrenos sem consumo de caixa. Conseguimos escolher melhor as áreas para fazer os lançamentos", afirma o executivo.
 
A Rossi está, atualmente, em 94 cidades. "Queremos ter participação relevante em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas não depender somente desses mercados", diz o executivo.
 
O engenheiro civil de 45 anos formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Diniz trocou Belo Horizonte por São Paulo há 14 anos, quando era executivo da Construtora Líder, mas ainda não perdeu o sotaque da capital mineira. Na Rossi desde agosto de 2001, foi diretor da Regional São Paulo até a oferta de ações da empresa em 2006 e, desde lá até 2011, ficou no cargo de diretor comercial. Prestes a assumir a presidência da companhia, após processo de sucessão planejada por mais de um ano, defende que é preciso dedicação, mas que a vida não pode ser somente trabalho. E, justamente por isso, não abre mão das atividades físicas diárias, nem do tempo que passa com a família.

(Chiara Quintão | Valor)

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