A São Paulo que surpreende

Especial 458 anos

Treze fotógrafos mostram cenas de uma cidade que ficou definida como dura e impessoal, mas que também pode ser simples e humana.

Houve um tempo em que, dizia a canção, São Paulo “num só minuto” era “o Brás, Tietê, viaduto; barracas de flores, e as multidões”. Tinha mais. Cantava Inezita Barroso em 1954: “os pardais em madrigais, e o sol rasgando a cerração”. São Paulo era também a “cidade da garoa, São Paulo que coisa boa”.

Como mudou a cidade do quarto centenário! Virou “o túmulo do samba, a selva de concreto, a cidade que não para, a locomotiva do Brasil”. “Praia de paulista”, brincam os alienígenas, “é shopping center”. Mas em compensação se tornou a capital do luxo, da gastronomia, do consumo, a vanguarda da moda.

O preço foi alto: sujaram o Tietê, e as multidões, bem, essas aumentaram muito. O barulho do trânsito congestionado abafou os madrigais dos pardais, e o sol não rasga mais a cerração: atravessa a poluição.

Nada disso nos surpreende. É a cidade em que vivemos, que defendemos, que admiramos. Não é mais a cidade de um só minuto, é a cidade de todo minuto. Onde habitam todos os óbvios: o bonito e o feio, o rico e o pobre, o moderno e o antigo.

VEJA SÃO PAULO pediu a treze fotógrafos que ilustrassem as contradições visuais da megalópole. Que buscassem a São Paulo que não liga para os lugares comuns com que foi definida desde o tempo dos pardais em madrigais. A São Paulo que foge do óbvio.

O resultado é uma sequência de fotos surpreendentes, não só porque desmentem os chavões vigentes, mas porque apresentam uma cidade menos grandiosa, mais humana, de um cotidiano mais simples, talvez atemporal. Retratos de uma cidade desconhecida.

Acesse o link http://vejasp.abril.com.br/clicksp/galeria-sao-paulo-que-surpreende e veja as fotos surpreendentes.

(Thomaz Souto Corrêa | Veja São Paulo)
 

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