Segundo lar de luxo movimenta R$ 3 bilhões no Brasil

Maior projeto de 2012 será a construção de um complexo com a marca Frade, em Angra dos Reis, com casas de até R$ 9 milhões.

Cerca de 6 mil imóveis de luxo à venda atualmente no Brasil. Pelo menos mil deles servem como residências secundárias, já que foram construídos à beira da praia ou próximos a paraísos naturais.

Grandes, bem localizados e com projetos de grandes escritórios de arquitetura, eles raramente custam menos de R$ 1,5 milhão. Em Angra dos Reis, região costeira entre São Paulo e Rio de Janeiro e endereço de empresários e personalidades endinheiradas, há casas que custam R$ 15 milhões.

Atualmente, há por volta de R$ 3 bilhões em residências secundárias à venda no país, calcula o professor Silvio Passarelli, diretor do MBA de Gestão de Luxo da FAAP.

Provavelmente o maior projeto de imóvel de veraneio de luxo a ser construído em 2012 é o Frade Hotel Marina Golf & Vilas, que vai ocupar o espaço hoje usado pelo Hotel do Frade, um dos símbolos de Angra dos Reis. Quarenta anos após ser erguido, ele será colocado no chão em janeiro para dar lugar a um projeto de R$ 350 milhões.

Boa parte do hotel de 200 quartos será destruída – uma parte será mantida e operando em paralelo às obras para a marca não desaparecer.

Dos escombros surgirá, em março de 2013, um hotel butique com 56 quartos. Em seu entorno serão construídas 153 residências de luxo de 160 a 600 metros quadrados, com valores estipulados entre R$ 1,5 milhão e R$ 9 milhões, lago artificial, campo de golfe, quadras de tênis e um boulevard que visa atender aos moradores com 30 lojas de conveniência, roupas, entre outras.

Por trás deste projeto milionário está o trio formado pela família Borges, até então dona do terreno e do Hotel do Frade, a incorporadora Kara José e o fundo imobiliário Polo Capital.

João Paulo Rossi, sócio responsável pela área imobiliária da Polo Capital, explica que a família Borges está entrando no negócio com o terreno, a marca Frade e o vasto conhecimento do mercado de Angra dos Reis. Já a Kara José responderá pela construção do empreendimento e pela incorporação do projeto, enquanto a Polo proverá os recursos para viabilizar a obra.

A família Borges vendeu o terreno e o hotel e terá como pagamento um percentual sobre a receita advinda do empreendimento comercializado. Mesmo diante da crise financeira, a expectativa é grande por parte dos envolvidos no projeto. Edison Kara, presidente da incorporadora que leva seu sobrenome, diz que 60% dos imóveis já foram pré-reservados.

"Como parceiro-financiador do projeto, a gente observou o potencial de rentabilidade do negócio e entendeu que poderia ser um projeto de bons números. O preço das unidades por metro quadrado é alto, o projeto eficiente do ponto de vista receita versus custos e com a compra do terreno bem negociada", diz Rossi, da Polo Capital. Além disso, ele acredita que Angra é um endereço consolidado e que os endinheirados querem ter casa no Frade.

A administração do hotel ficará a cargo do Grupo HG, que desenvolveu e operou o hotel de luxo Emiliano, de São Paulo.

Por conta das severas legislações ambientais brasileiras e também das restrições do mercado de luxo – que explodiu somente de uns tempos para cá -, o Brasil não tem tantos projetos anuais de residências secundárias de luxo.

"O Frade não tem concorrentes hoje. Atualmente o nosso maior rival é Miami, onde muitos brasileiros têm residência para passar férias. Existe uma carência por esse tipo de projeto no Brasil", diz Kara.

(Françoise Terzian l Brasil Econômico)
 

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