Serviços e varejo são opções de expansão

Num mercado em que o preço médio de cada refeição é de R$ 7,00 e as margens de lucro são baixas as empresas procuram ampliar o leque de produtos de seus portfólios, oferecendo também outros serviços aos clientes. Mas nem todas aderem aos chamados facilities para ampliar o faturamento. O ingresso no varejo parece ser uma tendência mais promissora.
 
Para Antonio Guimarães, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (Aberc), a oferta de serviços como jardinagem, limpeza e manutenção pode representar um negócio interessante para empresas de grife, como a Sodexo – ou seja, que levam para os facilities o peso de suas marcas. Já as companhias de menor porte, acredita ele, têm menos chance de concorrer com especialistas nessas áreas: "É mais realista continuar no ramo de alimentação e investir no varejo, onde a lucratividade é mais atraente".
 
A Spice Gourmet é uma das empresas que pretende disputar espaço de praças de alimentação de shopping centers e aeroportos já em 2011, segundo Sérgio Lopes, CEO da companhia. A empresa já criou uma área específica de negócios no varejo e contratou profissionais que, no momento, negociam com uma rede pequena de fast food e trabalha no conceito de uma marca própria: "Estamos pensando em lojas de perfil semelhante às mais comuns na Europa, de sanduíches rápidos e já prontos, a maioria frios e leves", diz Lopes.
 
A estratégia também deve ser adotada pela Sapore, de acordo com Diogo Lombas, diretor executivo da empresa, que já mantém redes de fast food funcionando dentro de empresas clientes e agora negocia para trazer para o país uma nova cadeia desse ramo, dos Estados Unidos.
 
A GRSA, do grupo Compass, já se consolidou no varejo, com pontos de venda em aeroportos, estações de metrô, terminais rodoviários, hospitais e escolas. Mas não deixa de lado os facilities, segmento que representara 18% de sua receita global. No ano passado a GRSA comprou a Clean Mall, especializada em limpeza geral e hospitalar, e a FB Facility que realiza serviços como manutenção predial, recepção, jardinagem e segurança não armada.
 
Satya Menard, presidente da Sodexo / Puras, considera a área de facilities bastante importante para a empresa. Ele diz que os serviços ampliam as possibilidades de lucro, embora, como as refeições, proporcionam margens igualmente baixas. Mas a área é estratégica para a relação com o cliente. "Na Wickbold, ao fazer a limpeza das linhas de produção, notamos que havia desperdício de pães e sugerimos formas de aproveitamento", conta o executivo.

( Célia Demarchi | Valor)

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