Setor alimentício deve puxar fusões e aquisições no 2° semestre

As fusões, aquisições, ofertas públicas de ações (OPAs) e reestruturações societárias movimentaram R$ 75,3 bilhões no primeiro semestre de 2011, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O volume é 18% menor que o do mesmo período do ano anterior, assim como o número de operações, que caiu de 75 para 73. Apesar da retração, o volume é o segundo maior da série histórica observada desde 2006.

Os setores que mais se destacaram no semestre foram os de tecnologia da informação e de telecom, responsáveis por 45,3% do volume das operações do ano (R$ 34,1 bilhões). O setor financeiro também ganhou relevância, com três das 10 maiores operações no período.

Na avaliação do presidente do subcomitê de fusões e aquisições da Anbima, Bruno Amaral, o setor de bebidas e alimentos deve se destacar no segundo semestre do ano. A compra de participação da Schincariol pela Japonesa Kirin, por exemplo, entrará nas estimativas da segunda metade do ano. O acordo da BR Foods com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que prevê a venda de ativos, também deve aumentar a participação do segmento no semestre.

Para Amaral, o volume total de operações este ano não deve superar o do ano passado (R$ 184,8 bilhões em 143 operações, o maior da série histórica), mas ainda assim deve apresentar volume considerável.

Segundo ele, as incertezas da crise de financiamento da dívida de países da zona do euro e dos EUA, que têm abalado o mercado acionário ao redor do mundo, não devem ter grande impacto no mercado de fusões e aquisições.

"A incerteza temporária não deve afetar de forma significativa a estratégia de longo prazo das empresas, a não ser que esse cenário se prolongue", avalia Amaral. "Não se percebe, ainda, impacto nas operações que estão sendo estudadas."
 

(Thais Folego | Valor)

+ posts

Share this post