Stefanini adquire Top Systems e faz 7ª compra recente

A companhia brasileira Stefanini acrescenta, hoje, um novo ponto no mapa em seu projeto de internacionalização. A empresa de serviços de tecnologia da informação (TI) vai formalizar a compra do controle da Top Systems, companhia uruguaia de capital fechado que desenvolve sistemas destinados a bancos e financeiras. Entre essas ofertas, estão softwares de prevenção à lavagem de dinheiro.
 
Os termos financeiros da negociação não são revelados, mas o negócio é parte do plano da companhia, anunciado no fim de 2011, de investir R$ 300 milhões em aquisições até 2014. Desde 2010, quando começou a intensificar as compras, a Stefanini já adquiriu sete empresas, incluindo a Top Systems.
 
Marco Stefanini, fundador e executivo-chefe da companhia, diz que as aquisições no grupo seguem dois princípios. Um deles é a compra de empresas de maior porte para ganhar escala em termos de clientes e operação, especialmente no exterior; o outro é a aquisição de companhias com atuação em segmentos específicos, para ampliar o portfólio de produtos. A Top Systems, diz ele, é um exemplo dessa última vertente.
 
"Nessa operação, especificamente, o valor é mais estratégico. Estamos reforçando nosso posicionamento e aprimorando nossa oferta para a área financeira. Atualmente, esse setor responde por 33% das nossas receitas", diz o executivo, em entrevista exclusiva ao Valor.
 
Com o acordo, a Stefanini passa a deter 55% de participação na Top Systems. Os 45% restantes serão divididos entre os três sócios-fundadores da empresa, que tem sede em Montevidéu e reúne mais de 50 clientes na América Latina. A marca Top Systems será mantida, assim como os cerca de 120 funcionários da companhia, que passará a operar como uma divisão de negócios da Stefanini, voltada inicialmente ao mercado latino-americano. "A expectativa é que essa unidade gere uma receita de US$ 10 milhões neste ano", afirma Stefanini.
 
Ao lado de grupos como Totvs e Tivit, a Stefanini é um dos poucos exemplos de empresas brasileiras de TI que conseguiram romper fronteiras e atingir um porte capaz de fazer frente às grandes empresas estrangeiras que dominam o setor.
 
Para alcançar esse estágio, um dos pontos cruciais foi o projeto de expansão internacional, iniciado pela Stefanini em 1996, a partir da abertura de uma unidade na Argentina. Atualmente, a companhia conta com cerca de 14 mil funcionários e 71 escritórios, com atuação distribuída por 29 países.
 
Com essa estrutura, a Stefanini fechou o ano de 2011 com uma receita de R$ 1,24 bilhão. Quase 50% desse montante foi gerado no exterior. Para este ano, a companhia prevê registrar vendas da ordem de R$ 1,67 bilhão.
 
Para atingir essa cifra e acelerar sua expansão, tanto no mercado interno como no exterior, a estratégia da Stefanini é dar continuidade ao processo de aquisições. A lista de empresas compradas desde 2010 é composta das americanas Tech Team e CXI, da colombiana Informática & Tecnología, e das brasileiras Vanguard , Sunrising Consulting e Orbitall, além, agora, da uruguaia Top Systems.
 
"Temos caixa e um bom estoque de alavancagem em bancos para levar esse projeto à frente, além de alternativas em médio e longo prazo, que incluem uma oferta pública inicial de ações", afirma Stefanini.
 
As negociações para futuros negócios estão em curso. As oportunidades em estudo incluem uma empresa de serviços de TI no exterior, uma companhia do mesmo segmento no mercado brasileiro e mais duas empresas de menor porte no Brasil para ampliar o portfólio.

(Moacir Drska | Valor)
 

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