Tracbel amplia aportes previstos até o fim de 2011

SÃO PAULO – A Tracbel, uma das maiores distribuidoras brasileiras de máquinas e equipamentos pesados, ampliou o pacote de investimentos programados para o período de 2009 a 2011, para R$ 130 milhões, diante do expressivo crescimento dos negócios, especialmente nas áreas de infraestrutura e mineração. Inicialmente, a empresa mineira planejava aportar R$ 100 milhões na operação no triênio, entre a compra de equipamentos para locação, abertura de filiais, expansão da sede e treinamento.

A retomada das vendas e aluguel de equipamentos após a crise econômica, contudo, foi mais forte do que o esperado e a Tracbel decidiu pela ampliação dos aportes. Neste ano, os investimentos devem ficar entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões, de acordo com o vice-presidente da empresa, Luiz Gustavo Pereira. E o faturamento deve se aproximar de R$ 1 bilhão em 2011, com avanço de 28% na comparação com o ano passado. "Vemos boas perspectivas na área de construção pesada. Mas outros segmentos, como mineração e siderurgia, também devem puxar os resultados", afirma o executivo.

Representante de grandes nomes da indústria de equipamentos – Volvo Construction Equipment (VCE), Clark, Massey Ferguson, entre outras -, no ano passado, a empresa obteve receita líquida de R$ 658 milhões, com alta de 42% na comparação anual, o que mais que compensou a retração dos negócios verificada em 2009. "Depois de 2008 ter sido muito forte, a receita recuou cerca de 15% no ano seguinte, diante da crise", conta Pereira. "As vendas em volume cresceram, mas o tíquete médio caiu."

Apesar do momento crítico da economia mundial naquele momento, a Tracbel optou por manter intacto o quadro de funcionários, apostando na provável retomada dos negócios. O prognóstico se confirmou e a empresa conseguiu se beneficiar plenamente da melhora nos negócios em 2010. "Há um gargalo grande, especialmente de mão de obra técnica na nossa área", diz o executivo. Em 2009, eram 500 funcionários. Até o fim deste ano, a equipe deve chegar a 850 profissionais, com mais de 100 contratações a partir de março.

A safra de contratações resultou na chegada de Adriano Merigli, ex-presidente do Banco Volvo no país, ao cargo de superintendente da Tracbel oficialmente no início deste ano. Empresa de perfil familiar – o fundador, Luiz Gonzaga de Magalhães Pereira, ocupa a presidência do grupo -, a Tracbel apostou na profissionalização da gestão há alguns anos. "Mas ainda somos uma empresa conservadora, que executa investimentos com recursos próprios", acrescenta Pereira.

A regra somente não é válida para os investimentos na área de locação de máquinas e equipamentos, negócio considerado complementar. Nesse caso, a empresa costuma buscar recursos junto a instituições financeiras ou bancos das próprias fabricantes. Atualmente, a Tracbel conta com frota de 200 unidades, que são oferecidas como produtos adicionais. "A ideia não é concorrer com nossos próprios clientes, que também compram equipamentos para locar para terceiros", explica Pereira. Daí a pequena participação da área nas receitas da Tracbel. No ano passado, foram R$ 27 milhões do total faturado pela companhia e a expectativa é de crescimento – não à toa, parte dos recursos que serão aportados neste ano será destinada a compra de novos equipamentos para locação. "Mas nosso negócio é vender", ressalta.

A abertura de filiais também está na pauta do grupo. Hoje, são 26 unidades, em 10 Estados brasileiros. Ao longo do ano, serão pelo menos oito novas casas. Parcerias com novos fornecedores também estão no radar. Já no começo do ano, Tigercat e Log Max entraram no portfólio florestal da Tracbel.

(Stella Fontes | Valor)

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