Tributação afasta estrangeiros de fusões no País

O Brasil é o quarto país que mais cobra impostos de suas empresas em um ranking feito pela KPMG. Mas, no lugar de ser apenas nacional, a taxação afeta de maneira indireta as empresas internacionais, que se sentem menos a vontade de fazer operações de fusão e aquisição com empresas do País. “O cenário dos tributos nas transações de fusão e aquisição no Brasil é critico”, sentencia Leonardo Dell’Oso, sócio e advisor da PwC Brasil.

De acordo com Dell’Oso, quase 75% das operações  nao finalizadas das quais a PwC participou foram abortadas por causa das tributações. O executivo diz que os estrangeiros têm muita dificuldade em entender o sistema tributário brasileiro. “É difícil para um estrangeiro entender que, por exemplo, uma empresa paga impostos nas instancias federal, estadual e municipal no Brasil”, comenta o executivo.

Os impostos também alteram a percepção que as companhias estrangeiras têm do quanto podem ganhar com a m&a. Dell’Oso explica que as taxas alteram o quanto a empresa vale, uma vez que diminuem o EBTDA, margem principal de analise de valor em uma operação de fusão e aquisição.

A própria diligência da companhia a ser comprada muda com os impostos. Todas as análises pré-operação dêem auditor e contabilizar a quantidade de impostos que incide no trabalho da empresa e o quanto ela poderá pagar caso a aquisição seja feita. Para isso, comenta Dell’Oso, as companhias precisam de profissionais altamente especializados no assunto, que as vezes foram no mercado. “Desde 1988, já aconteceram 4 milhões de mudanças de legislação tributaria. Que empresário consegue seguir isso tudo?”, questiona Dell’Oso

Para empresas menores, a situação é ainda mais complicada, uma vez que a análise da taxação também deve ser feita.”Numa empresa pequena, a estrutura não permite que se tenha um especialista em tributações. Eles passam para um contador fazer a parte tributaria, e eles não têm conhecimento disso”, diz o executivo.

(Executivos Financeiros)

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