Vale tem interesse em comprar usinas da Thyssen, diz revista

Citando fontes na empresa, a revista WirtschaftsWoche afirmou que a Vale, que já é dona de 27% da usina da empresa no Brasil, está interessada em comprar o restante.
 
A ThyssenKrupp atraiu o interesse da Vale e da Posco por suas usinas siderúrgicas em dificuldade no Brasil e nos Estados Unidos, afirmou a revista semanal alemã WirtschaftsWoche.
 
Citando fontes na empresa, a revista afirmou que a Vale, que já é dona de 27 por cento da usina da empresa no Brasil, está interessada em comprar o restante da joint venture, que causou grandes prejuízos à maior siderúrgica alemã.
 
A siderúrgica sul-coreana Posco mostrou interesse pela unidade da Thyssen no Alabama, de acordo com um trecho de uma reportagem que será publicada na edição de segunda-feira da revista.
 
A ThyssenKrupp não estava imediatamente disponível para comentar.
 
Em comunicado, a Vale afirmou reiterar "que tem a mineração como seu principal foco de negócios. Os investimentos em siderurgia têm o objetivo de incentivar o crescimento do setor, viabilizando o mercado de minério de ferro no Brasil, porém, com participação minoritária nos empreendimentos".
 
"Em relação à CSA, apoiaremos a solução que preservar o plano estratégico da empresa, respeitados os direitos e as obrigações previstos no acordo de acionistas assinado entre a Vale e a ThyssenKrupp", concluiu a mineradora brasileira.
 
O chefe executivo da ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger, afirmou neste mês que ofereceria a usina brasileira ao seu parceiro na usina CSA e que também conversaria com possíveis compradores na Ásia.
 
Ele estabeleceu o valor das duas usinas em 7 bilhões de euros (8,7 bilhões de dólares), bem abaixo do investimento da companhia nos projetos: aproximadamente 12 bilhões de euros.
 
As usinas no Brasil e no Alabama tinham o objetivo de dar à ThyssenKrupp um apoio estratégico na América do Norte, com os setores automotivos e de construção não residencial crescendo nos EUA.
 
Contudo, o aumento dos custos no Brasil, e particularmente a moeda forte, e os preços dos insumos em alta, combinados com uma demanda em queda, acabaram com a lógica de uma estratégia que teria placas produzidas com menor custo no Brasil e vendidas a preços mais vantajosos nos EUA.
 
Em maio, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, havia dito que a empresa não quer se tornar uma siderúrgica e que não tinha preferência sobre quem poderia comprar a fábrica.

(Harro ten Wolde e Aluísio Alves | Reuters)

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