Veloce estuda aquisição para garantir expansão

O Pátria Investimentos prepara-se para aumentar o tamanho de sua empresa de operações logísticas, a Veloce. Já está programada uma aquisição, que acontecerá neste ou no próximo ano, para a qual pode haver até R$ 100 milhões da gestora de fundos. O Pátria tem controle da empresa, enquanto o presidente da companhia logística e outro sócio têm uma parte minoritária.

Para o presidente da Veloce, Paulo Roberto Guedes, o cenário composto pelas empresas de operações logísticas, principalmente as que operam no modal rodoviário, é hoje extremamente fragmentado. Mas o panorama dessas empresas vai mudar em breve, diz ele – que tem 22 anos de experiência no setor e passagens por Tegma, Ryder Logística e Translor. "Creio que, nos próximos anos, o mercado vai se concentrar em apenas algumas grandes empresas", opina. Hoje, entre as grandes do setor, estão Tegma e JSL (Júlio Simões Logística).

Cerca de 80% do faturamento da empresa vem do setor automotivo, com o transporte de 7,2 mil componentes para montadoras no Brasil e na Argentina. Entre os clientes estão GM, Toyota, Volkswagen e Renault.

No último ano, a empresa decidiu ampliar sua área de atuação passando a atender clientes do setor de bens de consumo, como Arcor, Nívea, Procter & Gamble, Danone e Unilever, também no transporte entre os dois países. Em breve, a empresa quer se fortalecer em eletroeletrônicos.

Criada em 2009, a Veloce entrou no mercado ocupando parte do espaço vago da Ryder Logística, multinacional americana que reestruturou suas operações globalmente depois das dificuldades da GM – sua então principal cliente. Com isso, a Veloce herdou contratos e obteve em 2010 um faturamento de R$ 160 milhões. A intenção é chegar aos R$ 500 milhões em cinco anos. No começo, operava em um centro de operações herdado da Ryder, em São Bernardo do Campo. Hoje, atua em Diadema, num galpão de 22 mil metros quadrados.

Neste ano, já houve investimentos de R$ 12 milhões para elevar a frota para 475 carretas. Outra parte dos investimentos foi destinada à abertura de mais três unidades operacionais (agora são 17 no Brasil e Argentina) e aquisição de softwares. Para melhoria operacional, estão previstos mais R$ 3 milhões para investimentos em software e capacitação de pessoal.

Perguntado sobre futura venda da empresa, o presidente diz que o caminho "é natural", já que "gestoras de fundos costumam fazer isso", diz ele, embora prefira não comentar assuntos que envolvam o Pátria. Os investimentos de infraestrutura do Pátria incluem a P2Brasil, constituída em sociedade com a Promon. Focado em investimentos em logística, óleo e gás, água e saneamento e distribuição e transmissão de energia, o fundo possui cerca de R$ 1 bilhão.

(Fabio Pupo l Valor)

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