Voges planeja dobrar capacidade com nova fábrica em Caxias do Sul

O grupo Voges, fabricante de motores elétricos e componentes fundidos para o setor automotivo, vai dobrar a capacidade da fundição própria em Caxias do Sul (RS) até o fim de 2013, para 66 mil toneladas por ano. O projeto, que recebeu ontem a licença prévia da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), exigirá investimentos de R$ 50 milhões em recursos próprios, incluindo a importação de novos equipamentos da Finlândia e a transferência das instalações atuais do centro da cidade para o distrito industrial local, informou ontem o diretor-presidente da empresa, Osvaldo Voges.

Conforme o empresário, os novos equipamentos vão entrar em operação em meados do ano que vem, ainda antes da transferência da unidade atual, ampliando gradativamente a capacidade total da empresa. "Em 2011 vamos produzir um pouco mais de 40 mil toneladas", explicou. De acordo com ele, a Voges utiliza 20% dos fundidos que produz e essa participação deve se manter devido ao aumento projetado também na fabricação de motores nos próximos anos.

No início de julho, a empresa vai inaugurar uma fábrica de motores elétricos, desta vez em Recife (PE), que exigiu aportes de R$ 16,5 milhões. A unidade vai fabricar equipamentos leves (monofásicos) para aplicação em sistemas de refrigeração e máquinas operatrizes e será focada no atendimento dos clientes no Nordeste do país. Em Caxias do Sul são fabricados motores monofásicos e trifásicos de até mil cavalos (cv) de potência.

Voges não revelou a capacidade da fábrica em Recife, mas explicou que, junto com o crescimento da produção no Rio Grande do Sul, ela vai ajudar a empresa a alcançar a receita bruta recorde próxima de R$ 400 milhões em 2010. No início do ano a projeção era de um faturamento de R$ 340 milhões, sendo 5% por conta das exportações para países da América Latina, mas ela foi revista para cima devido ao aquecimento do mercado interno.

Em 2009, com a crise econômica, a Voges apurou receita bruta de R$ 280 milhões, ante R$ 350 milhões no exercício anterior. Agora, segundo o empresário, a recuperação dos negócios já levou a empresa a contratar mil pessoas desde o quarto trimestre do ano passado, incluindo 120 para a unidade de Recife. Com isso, o número de funcionários já chega a 2,5 mil, 300 a mais que o patamar registrado antes do estouro da crise econômica, no fim de 2008.

(Sérgio Bueno | Valor)
 

 

 

 

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