Votorantim Metais assume controle da peruana Milpo

Como era previsto na oferta de compra oficializada no fim de junho na bolsa de valores de Lima, a Votorantim Metais anunciou ontem que assumiu o controle da terceira maior mineradora de zinco do Peru, a Cia. Minera Milpo, ao pagar US$ 420 milhões por mais 16,4% do capital da empresa. Assim, passou a deter mais de 50%. A controlada de metais do grupo Votorantim entrou na empresa em 2005, com 24,9%, e até agora já era dona de 34% das ações com direito a voto. Com a nova operação, o montante de recursos investidos na Milpo já somam US$ 700 milhões.

Fundada em 1949, a Milpo tem cinco minas em operação, das quais extrai minérios de zinco, cobre, chumbo, prata e ouro, além de 16 projetos em estudos. Neste ano, a previsão da empresa é faturar US$ 500 milhões. "Com as expansões em curso, a projeção é de alcançar US$ 1 bilhão em 2013", informou, de Lima, João Bosco Silva, diretor-superintendente da Votorantim Metais.

Para o executivo, a Milpo representa plataforma estratégica de crescimento no negócio de metais não-ferros do grupo. "A VM já produz alumínio, zinco e níquel, mas faltava consumar a entrada no segmento de cobre", afirmou. "Esse ativo traz produção de baixo custo e a forma de sucesso nesse mercado é ter ativos competitivos." No Peru, segundo ele, as operações têm acesso ao mercado via os oceanos Pacífico Atlântico, além de energia a custo atrativo.

A Milpo produz 200 mil toneladas de zinco contido em concentrado, 30 mil de cobre e 25 mil de chumbo. "No futuro, por volta de 2014, a produção de cobre saltará para 150 mil toneladas e a de chumbo para 60 mil." Atualmente, a empresa vende 25% da produção de zinco no mercado local e exporta 75% principalmente para Europa e Ásia, além de países latinos.

A Milpo, que controla 70% da mineradora rival Cia. Minera Atacocha, planeja investir US$ 400 milhões em projetos de expansão na companhia e nas suas próprias minas Cerro Lindo e El Porvenir, disse Bosco. O Peru é o terceiro maior produtor mundial de zinco.

Atualmente, a VM tem capacidade para produzir 499 mil toneladas de alumínio, 700 mil de zinco metálico – o que a consolida como terceiro maior produtor mundial – e 36 mil de níquel eletrolítico. "Agregar outros metais ao portfólio da VM nos torna bem mais competitivos". Segundo ele, o Peru tem regras estáveis, atraindo investimento de longo prazo.

No Peru, o grupo Votorantim opera também a refinaria de zinco Cajamarquilla, adquirida em 2004, que tem capacidade para fabricar 320 mil toneladas ao ano. Nesse empreendimento, os aportes somam US$ 800 milhões, incluindo a duplicação da unidade, que ficou pronta no início deste ano e demandou US$ 500 milhões.

Cajamarquilla aumentou a produção de zinco refinado em 18%, para 87 mil toneladas no primeiro semestre, segundo o Ministério das Minas e Energia. Milpo e Atacocha produziram 72,4 mil toneladas e 31,3 mil toneladas, respectivamente. Ontem, a cotação do zinco (contratos de três meses) caiu US$ 37 por tonelada, ou 1,7%, cotado a US$ 2.085 em Londres.

No ano passado, a VM obteve receita líquida de R$ 5,2 bilhões. O investimento da controlada previsto para este ano é de R$ 1 bilhão.

(Valor)
 

 

 

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