Wap amplia mix e estuda aquisição

A Fresnomaq, fabricante paranaense de produtos da marca Wap, está no meio de uma série de ações criadas para manter o crescimento de 40% ao ano registrado nos últimos cinco exercícios e chegar ao faturamento de R$ 1 bilhão no prazo de sete anos. Tradicional fabricante de lavadoras de alta pressão, a empresa já tinha entrado no mercado de aspiradores de pó e passou a importar ventiladores sem hélice da China, onde abriu uma subsidiária. Também montou uma fábrica em Fortaleza (CE) para fazer modelos com hélice. Os próximos passos incluem a possibilidade de uma fusão ou aquisição no segmento de eletroportáteis e a abertura de uma franquia de centros de limpeza e higienização de automóveis.

No ano passado, as receitas somaram R$ 87 milhões. Para 2011, a meta está em R$ 137 milhões e, pela primeira vez, o balanço será auditado, de olho em possibilidades que possam aparecer no mercado de capitais. "Estamos entrando em um novo segmento com algo marcante", diz Édla Pavan, diretora comercial e de marketing, sobre o ventilador sem hélice, que possui um design diferente e no qual o motor elétrico projeta o ar para fora. Há um ano a empresa foi em busca de oportunidades na China e, depois de encontrar o aparelho, fez adaptações para melhorar a potência e reduzir o ruído. Os investimentos somaram US$ 5,6 milhões.

Formada por um grupo de investidores, a Fresnomaq é controlada pela holding Lexis, que também é dona da fabricante de produtos agrícolas da marca Montana. Ela tem sede em São José dos Pinhais (PR), mas já contava com unidade comercial em Fortaleza, onde investiu R$ 3,8 milhões para erguer uma fábrica com capacidade para produzir 600 mil ventiladores com hélice por ano, segmento no qual vai disputar mercado com Arno, Mallory, Faet, Britânia e outros. Hoje ela conta com 142 empregados na matriz, 23 em Fortaleza, onde planeja ampliar a linha de produção com mais modelos, e 9 na China, sendo 4 brasileiros.

Édla conta que a crise financeira deflagrada no fim de 2008, que levou a empresa a paralisar as vendas por duas semanas por indefinições em relação ao valor do dólar, foi importante para a direção da companhia refletir sobre o futuro. A importação de itens e a ampliação do portfólio vieram na sequência. Se, em 2007, as lavadoras respondiam por 95% das receitas, hoje respondem por 75%. Com os planos em andamento, a intenção da companhia é reduzir a porcentagem para 50%. Em lavadoras, a empresa compete com empresas como Kärcher, Lavor, Nortech, Jacto e Electrolux.

Outra frente diz respeito à criação de um modelo de centro automotivo com produtos da Wap, que deve gerar um modelo de franquia. O primeiro será aberto em julho em Campinas (SP) e vai incluir uma loja com itens da marca. "Queremos explorar novos canais de comercialização", explica a diretora. Atualmente a empresa está presente em 5 mil pontos de venda pelo país, incluindo as maiores redes varejistas.

Mesmo com tantos projetos internos, Édla não esconde o interesse da empresa em partir para uma fusão ou aquisição para acelerar o crescimento. "Há muita gente vendendo", responde, ao ser questionada sobre a existência de oportunidades no segmento em que atua. Ela não revela detalhes, mas admite que há estudos em andamento. "Esperamos que algo aconteça em 2012."

( Marli Lima | Valor)

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