White Martins compra a Gama e cresce em São Paulo

A White Martins, subsidiária do grupo americano Praxair, líder em gases industriais e medicinais no Brasil, decidiu ir às compras. A empresa adquiriu as operações da Gama Gases, uma empresa de pequeno porte do setor, especializada na produção e comercialização de gases especiais na região de São Paulo.

O valor do negócio não foi divulgado. Procurada, a White Martins confirmou a aquisição por meio de um comunicado enviado por sua assessoria. A Gama Gases, com um faturamento em torno de R$ 10 milhões, tem atuação, sobretudo, na Grande São Paulo, Baixada Santista e parte do interior paulista.

As indústrias de gases industriais sofreram forte revés em setembro, quando o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu aplicar uma multa bilionária – a maior já estabelecida pelo órgão – para as companhias do setor, acusadas de formação de cartel. A White Martins, apontada como líder desse movimento, recebeu a maior penalidade. Originalmente, a multa estabelecida pelo Cade foi de R$ 2,9 bilhões para todas companhias envolvidas, que também incluem a Air Liquide Brasil, Indústria Brasileira de Gases (IBG), Air Products Brasil e Aga, subsidiária do Grupo Linde, mas o valor foi revisto para R$ 2,3 bilhões. Essas empresas devem recorrer da decisão. Com a revisão, a multa contra a White Martins caiu de R$ 2,218 bilhões para R$ 1,75 bilhão.

Fundada em 1912 no Brasil, a White Martins passou para as mãos da americana Praxair a partir dos anos 90. Essa incorporação garantiu o processo de expansão da companhia na América do Sul. A empresa detém cerca de 60% de participação no país nos segmentos de gases industriais e medicinais.

A subsidiária brasileira da Praxair atua com gases atmosféricos (oxigênio, nitrogênio e argônio), de processo (gás carbônico, acetileno, hidrogênio, misturas para soldagem), além de produtos especiais e medicinais. A empresa tem forte presença nos setores metal-mecânico, gás natural, de alimentos, bebidas, ambiente e é fornecedora dos principais polos petroquímicos do país, indústria siderúrgica e médico-hospitalar.

O mercado de gases industriais do Brasil é dominado, há alguns anos, pelas multinacionais. A IBG, de Jundiaí (SP), é a única nacional a atuar entre as grandes nesse segmento. Essas companhias trabalham com produtos voltados para as indústrias de diversas atividades e na área hospitalar. O segmento de bebidas é apontado por essas empresas como um dos com maior potencial de crescimento de consumo por conta da expansão da demanda por refrigerantes de segunda marca no país.

Esse setor movimenta no país cerca de US$ 3 bilhões – no mundo ultrapassa US$ 50 bilhões, segundo analistas de mercado. O Brasil é um dos maiores nesse segmento na América Latina.

(Mônica Scaramuzzo | Valor)

 

 

 

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