Whitney compra universidade Veiga de Almeida, do Rio

O grupo americano Whitney , que entrou no Brasil há seis anos comprando o Centro Universitário Jorge Amado, em Salvador, fez sua segunda aquisição: comprou a Universidade Veiga de Almeida, localizada no Rio de Janeiro.

Segundo o Valor apurou, a aquisição foi de 80% do capital e envolveu assunção de dívidas da universidade carioca. O endividamento, incluindo passivos fiscais e contingências, seria de aproximadamente R$ 200 milhões.

"Não temos o hábito de divulgar dados de valores e número de alunos. O que posso dizer é que agora temos duas faculdades, a Unijorge e a Veiga de Almeida, que operam de forma independente, mas têm um acionista controlador em comum", afirmou João Arinos, presidente do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge) e um dos responsáveis pelo grupo de ensino americano no país.

O reitor da universidade carioca, Mario Veiga de Almeida Júnior, negou que tenha ocorrido uma compra e classificou a operação apenas como uma associação a uma rede de ensino. "Desconheço qualquer aquisição e duvido que a Whitney tenha confirmado essa informação", disse Almeida Júnior.

Ainda de acordo com fontes do setor, Almeida Júnior está prospectando várias faculdades no Rio para a Whitney.

O presidente do Centro Universitário Jorge Amado confirma que o grupo americano quer retomar sua atuação no Brasil. Desde que desembarcou no país, a Whitney comprou apenas a Unijorge e há cerca de dois anos tentou vender, sem sucesso, a faculdade baiana. "Estamos retomando com força o mercado brasileiro. Não vamos ficar apenas na Bahia e no Rio. Temos forte interesse em crescer por meio de ensino a distância", disse Arinos. Ele conta que a Jorge Amado já tem autorização para abrir unidades de ensino a distância em São Paulo e em Curitiba, o que está previsto para ocorrer ainda este ano.

Hoje, a operação brasileira é a mais importante para o grupo americano que possui cerca de 32 mil alunos no país. Segundo dados do Inep, entidade do MEC, 15 mil estudantes são da Veiga Almeida e os outros 17 mil são da Unijorge, que em 2005 vendeu 60% do capital por R$ 23,5 milhões para a Whitney.

O foco do grupo americano são os países da América Latina. Hoje, está presente na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Panamá e a meta é fazer aquisições no México e no Peru. "Atualmente, o Brasil é o mercado mais importante, mas não quer dizer que essa situação permanecerá, após entrada no México e Peru", explicou Arinos.

Nos outros quatro países da América Latina, a Whitney tem forte atuação com ensino a distância, segundo Arinos.

(Beth Koike | Valor)
 

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