Xerox negocia aquisição no Brasil

A Xerox negocia uma aquisição no Brasil para acelerar sua expansão no segmento de terceirização de processos de negócios (BPO, na sigla em inglês). A compra faz parte da estratégia mundial da companhia para consolidar os negócios de serviços, que atualmente representam em torno de 45% da receita da empresa.

No ano passado, a Xerox adquiriu, por US$ 6,4 bilhões, a Affiliated Computer Services (ACS). A meta era fortalecer a área de serviços, tendo em vista que globalmente esse segmento cresce mais rapidamente que as vendas de impressoras. A ACS é uma das maiores empresa de terceirização de processos de negócios do mundo, mas tem pouca participação no Brasil.

No país, a Xerox oferece esse tipo de serviço a grandes grupos, como General Motors (GM), Motorola e Michelin, como parte de contratos globais. "A aquisição contribuirá para acelerar o processo de crescimento nessa área", afirmou ao Valor Yoram Levanon, presidente da Xerox no Brasil.

A Xerox negocia com companhias locais nas áreas de BPO, terceirização de tecnologia da informação (ITO) e call center, que são negócios relacionados à atuação da ACS. De acordo com o executivo, a aquisição deve ser concluída até o início de 2012.

Levanon diz que a demanda no país por terceirização de processos de negócios cresce sobretudo entre companhias de transportes, telecomunicações e governos estaduais que se preparam para sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014. O executivo não informa quanto cresceram as vendas no segmento neste ano. Diz apenas que essa área, somada à terceirização de impressão, representa em torno de 45% da receita da Xerox no Brasil e pode chegar a 66% do faturamento em dois anos.

Cristiana Lannes, diretora executiva de marketing e estratégia da Xerox, afirma que parte desse crescimento virá com a oferta de BPO para companhias de grande porte que já fazem a terceirização de impressão.

Em evento realizado ontem em São Paulo para aproximadamente 300 distribuidores, a Xerox apresentou uma nova linha de impressoras de baixo custo de impressão, voltada a pequenas e médias empresas. No país, a empresa vende em torno de 1 milhão de impressoras por ano, mas tem como principal foco atender a grandes companhias e gráficas.

"No ano passado, a empresa reforçou as vendas de impressoras de alto valor agregado. Neste ano, o foco serão as vendas de impressoras para pequenas e médias empresas", afirmou o diretor executivo da Xerox, Villy Fine. No primeiro semestre, as vendas de impressoras de grande porte – foco da companhia em 2010 – tiveram incremento de 7%, enquanto o mercado total de impressoras avançou 15%.

Para o ano, Fine prevê expansão de 9% nas vendas de impressoras no país. Em 2010, as vendas cresceram 40%. "As empresas estão reduzindo custos em função da crise internacional", diz o executivo. Para o próximo ano, afirma, a previsão é de que o mercado volte a crescer a taxas próximas de 15%. A Xerox não divulga dados financeiros relativos à operação brasileira. No mundo, a empresa encerrou o primeiro semestre com incremento de 8% na receita, para US$ 11,08 bilhões, e aumento de 205% no lucro líquido, para US$ 616 milhões.

(Cibelle Bouças | Valor)

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