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Passaredo anuncia aquisição da MAP

A Passaredo, empresa aérea regional que assumiu, em junho, a quarta posição no mercado aéreo brasileiro, após o fim da operação da Avianca Brasil, anunciou nesta quarta-feira (21) a aquisição de 100% do capital da MAP Linhas Aéreas, quinta maior empresa do setor.  O valor da transação é mantido em sigilo pelas companhias. 

Com a transação, a Passaredo passa a atender mercados na região Norte do país, hoje atendidos pela MAP, e amplia o número de horários diários de pousos e decolagens (“slots”) no aeroporto de Congonhas de 14 para 26. 

Na distribuição de slots concluída pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na semana passada, a Passaredo ficou com 14 slots e a MAP, com 12. “Desde que começamos a participar da concorrência em Congonhas, vimos que o custo de cada uma para operar seria pesado. Começamos a conversar para ver o que poderia ser feito e surgiu a possibilidade de fazer a aquisição”, afirmou José Luiz Felício Filho, presidente da Passaredo. 

O executivo disse que a negociação entre as companhias foi feita em cerca de dez dias. Os detalhes financeiros do acordo, no entanto, não são revelados. 

Segundo Felício, com a aquisição, a empresa terá ganhos de sinergia. Porque as duas empresas operam o mesmo tipo de frota e poderão otimizar as atividades e a estrutura no aeroporto de Congonhas. A Passaredo opera com cinco aeronaves ATR 72-500, com capacidade para 68 passageiros. A MAP também possui cinco aviões ATR, sendo três ATR-42, com capacidade para 46 passageiros, e dois ATR-72. 

Felício disse que a empresa vai receber, até o fim do ano, mais quatro aviões ATR, três já encomendados pela Passaredo e um pela MAP. Com isso, a frota vai chegar a 14 aviões até o fim do ano. 

 

Participação de mercado 

De acordo com dados da Anac, no primeiro semestre, as duas empresas juntas transportaram 153,5 mil passageiros. O que representou uma queda de 10,2% em relação ao mesmo intervalo de 2018. A participação de mercado dessas empresas juntas é de 0,4% em voos domésticos. 

A MAP atende 14 municípios dos Estados do Amazonas (Manaus, Parintins, Lábrea, Carauari, São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Tefé, Eirunepé e Coari) e do Pará (Belém, Porto Trombetas, Santarém, Itaituba e Altamira). 

A Passaredo, por sua vez, atende 28 destinos no Brasil. Felício disse que pretende usar todos os slots obtidos pelas duas empresas para oferecer voos partindo de Congonhas para o interior de São Paulo e para cidades em Estados próximos. Como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, que não são atendidos com voos diretos pelas grandes aéreas. 

Com a ampliação, a Passaredo estima atender 37 localidades no país até o fim do ano. Os novos destinos incluem cidades como Araçatuba (SP), Bauru (SP), Marília (SP), Uberaba (MG), Dourados (MS), Ipatinga (MG) e Ponta Grossa (PR). A empresa começa a operar em Congonhas em 27 de outubro. 

“Nossa malha será muito focada no atendimento ao interior de São Paulo e cidades que fazem limite com o Estado. Não vou competir na ponte aérea. Existem muito mais passageiros desassistidos nas cidades que escolhemos do que na ponte aérea”, afirmou Felício. 

O executivo disse não ver risco de a Anac fazer uma redistribuição dos slots após a aquisição. “Como estamos adquirindo a companhia inteira, não há motivo para redistribuir os slots”, afirmou Felício. 

 

Azul 

Questionado sobre a hipótese levantada por analistas de mercado de que a Passaredo poderia ser comprada pela Azul, Felício disse que não está nos planos da companhia ser adquirida. “Nossa intenção é projetar a Passaredo como a quarta maior companhia aérea brasileira, servindo localidades carentes de serviços aéreos e com total autonomia”, afirmou o executivo. 

Felício disse ainda que, em 25 anos de história, a Passaredo já enfrentou muitos problemas, mas agora está pronta para crescer. “Ir para Congonhas é um catalisador para o nosso crescimento. Posso vislumbrar um cenário de retomada de crescimento da companhia”, afirmou o executivo. 

A Passaredo passou por uma grande reestruturação, após ficar em recuperação judicial entre 2012 e 2017. Nos últimos três anos, a empresa reduziu sua frota de 14 para cinco aeronaves. Neste ano, a empresa chegou a atrasar o pagamento das taxas de embarque de seus voos no aeroporto de Vitória da Conquista (BA), administrada pela Socicam Aeroportos. O executivo disse ter fôlego financeiro para levar adiante a aquisição. 

A Passaredo informou ainda que, com a compra, o número de funcionários vai passar de 550 para 576, com a incorporação de toda a equipe da MAP. “Esse número vai ficar ainda maior com a ampliação da oferta de voos”, disse Felício. Fonte: Valor Econômico

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