Suzano investirá US$ 1,3 bilhão em energia renovável

A Suzano Papel e Celulose está pavimentando o caminho para chegar a 2024, ano em que completará 100 anos de fundação, com atuação e reconhecimento como empresa de base florestal, e não apenas produtora de celulose e papel. Depois de reforçar sua aposta em biotecnologia, com a compra da britânica Futuragene por US$ 82 milhões, a companhia controlada pela família Feffer anunciou ontem a criação da Suzano Energia Renovável, com investimento de US$ 800 milhões na primeira fase do negócio. Ao fim da década, outros US$ 500 milhões serão aportados na operação, totalizando US$ 1,3 bilhão investidos.

"Começamos a desenhar, em 2008, o que será a Suzano em 2024", contou o presidente da empresa, Antonio Maciel Neto. "A conclusão foi a de que podemos usar mais e melhor nossos ativos florestais." A nova empresa nasce com focos na produção de pellets de madeira, que são utilizados para geração de energia, e no mercado europeu. Até 2014, a Suzano Energia deve contar com três fábricas de pellets, com capacidade produtiva de 1 milhão de toneladas ao ano cada uma. Concluída essa fase, a receita anual da empresa deve girar em torno de US$ 480 milhões. Do caixa gerado pela Suzano Energia devem sair outros US$ 500 milhões que serão investidos na expansão da produção para 5 milhões de toneladas por ano, por meio da implantação de duas novas unidades produtoras. Assim, ao término da segunda etapa de aportes, o faturamento anual da Suzano Energia alcançaria US$ 800 milhões.

A nova empresa será comandada por André Dorf, executivo que está há 7 anos na Suzano Papel, onde ocupa o cargo de diretor-executivo de Estratégia, Novos Negócios e Relações com Investidores. De acordo com Dorf, a estrutura de capital da Suzano Energia ainda está em estudo e "todas as possibilidades", entre as quais abertura de capital e parceria com fundos de investimento ou outras empresas, estão sendo analisadas.

A decisão sobre os meios de financiamento da nova operação deve ser conhecida em breve, já que a Suzano começa, imediatamente, a buscar terras para o plantio de florestas que alimentarão as três primeiras fábricas de pellets, instaladas em alguma região do Nordeste brasileiro. Para cada unidade, serão necessários 30 mil hectares de florestas – ante 130 mil para abastecer uma fábrica de celulose -, com ciclo de colheita de no máximo três anos. "Nascemos para ser líderes em pellets", disse Dorf, acrescentando que, atualmente, a maior produtora do mundo, a estatal finlandesa Vapo, tem capacidade instalada de 1 milhão de toneladas anuais.

A escolha do mercado europeu deve-se à demanda potencial por fontes renováveis de energia, em razão de metas e incentivos concedidos na região. De acordo com Dorf, das 3 milhões de toneladas que a Suzano Energia poderá produzir em 2014, pelo menos 2,7 milhões já estão sob memorando de entendimentos com geradoras de energia europeias. Os pellets correspondem a partículas desidratadas e prensadas de madeira moída, cujo poder calorífico equivale ao dobro do de cavacos e toras.
 
(Stella Fontes | Valor)

 

 

 

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