Os analistas do BTG Pactual consideraram positiva a indicação do fundador da Anhembi Morumbi, Gabriel Rodrigues, para a presidência do conselho da Anhanguera Educacional. Porém, acreditam que a saída de três executivos do Pátria Investimentos do órgão possa gerar alguma preocupação com menor participação de pessoas ligadas à área financeira no conselho da empresa.
Pela proposta, que será avaliada pelos acionistas em assembleia no dia 30, Rodrigues indicou dois novos membros ao conselho que, como ele, são ligados ao setor de educação. Rodrigues é investidor da Anhanguera há dez anos, por meio de um fundo de participações gerido pelo Pátria. A única voz do Pátria no conselho será a do sócio Ricardo Scavazza, que é o atual diretor-presidente da Anhanguera.
Para o BTG Pactual, a indicação do professor Rodrigues é uma sinalização do maior comprometimento dele com a Anhanguera, uma vez que havia rumores de que o fundo do Pátria poderia se desfazer das ações da companhia. Os analistas observam que ele é um profissional muito respeitado e conhecido no setor de educação no Brasil.
No entanto, a saída de três sócios do Pátria pode ser vista como um risco, uma vez que reduz os aspectos de análise financeira nas decisões do conselho. Essa medida também reforça alguns rumores sobre uma possível saída de Scavazza da companhia – embora o executivo tenha sido confirmado no conselho, ele ainda pode deixar o comano da empresa no curto prazo, observam os analistas. O BTG também reforça que Scavazza, em eventos públicos, reiterou que não tem intenção de deixar seu posto.
Os analistas do BTG também enxergam como positivo para a Anhanguera o fato de o Cade ter aprovado nos últimos dias a aquisição total da Anhembi Morumbi pela Laureate e a compra da UniABC pela Anhanguera. Na visão deles, isso reforça a avaliação de que, apesar da intensa atividade de fusões e aquisições no setor recentemente, a concentração do segmento ainda não é uma grande questão.
(Ana Paula Ragazzi | Valor)