Alupar vai comprar ativos de geração e transmissão de energia

A Alupar pretende utilizar os recursos captados com sua oferta inicial de ações para entrar em novos leilões de geração e transmissão de energia elétrica e para adquirir ativos já existentes no segmento. A estratégia é concentrar esforços em empreendimentos de médio porte, que têm menor risco de execução e cuja energia pode ser totalmente comercializada no mercado livre. As informações são do prospecto preliminar da oferta de ações, arquivado há pouco na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
 
A companhia, que já atua nos segmentos de geração e transmissão de energia elétrica, anunciou na quarta-feira à noite sua intenção de se listar no Nível 2 de governança da BM&FBovespa. Atualmente, a Guarupart Participações, veículo de investimentos da família Godoy Pereira, tem 82,2% do capital da Alupar. Os 17,8% restantes estão nas mãos do fundo de investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
 
A oferta inicial de ações será inteiramente primária, em que os recursos vão para o caixa da companhia e não há venda de ações por parte dos controladores. O cronograma   ainda não foi divulgado e não há estimativas sobre o montante a ser levantado na oferta.
 
A companhia será negociada em bolsa por meio de units, “pacotes” formados  por uma ação ordinária (com direito a voto) e duas preferenciais (sem direito a voto). O banco Itaú BBA é o coordenador-líder da oferta, ao lado do BTG Pactual, do Goldman Sachs, do Santander e da Caixa Econômica Federal.
 
No prospecto, a Alupar afirma que seu objetivo é se consolidar como “uma das líderes dos segmentos de transmissão e geração de energia elétrica no Brasil”. A expectativa da empresa é se concentrar em projeto com alto potencial de retorno, de forma a garantir uma constante distribuição de dividendos — de acordo com o estatuto social da empresa, pelo menos 50% do lucro têm de ser distribuídos aos acionistas.
 
Atualmente, a companhia tem  participação em dez empresas transmissoras de energia elétrica no Brasil, das quais quatro são pré-operacionais, e detém direito de aquisição do controle de uma no Chile.  A companhia possui ainda nove ativos de geração, dos quais cinco são pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), um refere-se a um parque eólico e três são usinas hidrelétricas. O principal projeto nessa área é a usina de Ferreira Gomes, no Amapá, que deve demandar investimentos da ordem de R$ 1 bilhão e deve ser concluída até 2015.
 
Entre os fatores de risco associados à empresa apontados no prospecto está o de não renovação das concessões. Segundo informa a companhia, os contratos de ativos de transmissão — que vencem entre 2030 e 2042 — preveem a prorrogação automática por mais um período após o vencimento. Já no segmento de geração, no qual os contratos vencem entre 2032 e 2047, não há previsão de renovação automática.
 
“Em virtude da discricionariedade do poder concedente para a renovação das concessões de transmissão e geração, poderemos enfrentar concorrência significativa de terceiros ao pleitear a renovação dessas concessões ou para obter quaisquer novas concessões”, alerta a companhia no prospecto preliminar.
 
(Natália Viri | Valor)

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