Amadeus diversifica oferta e vai investir ? 20 milhões no Brasil

A Amadeus, líder global em sistemas de reservas de passagens para cerca de 800 companhias aéreas, passa por um momento-chave em seus 24 anos de operação. Com 70% do seu faturamento, de € 3 bilhões em 2010, gerado pela sua atividade-mãe, a empresa quer nos próximos cinco anos reduzir essa proporção para 50%.
 
O objetivo da Amadeus é elevar a parcela atual de 30% de seu faturamento com soluções em tecnologia da informação para diversos setores para 50% até 2016. Além de atender as empresas aéreas, a ideia é ampliar os negócios com outros setores, como varejo e sistema financeiro.
 
"Os sistemas de reservas são um mercado já maduro, com crescimento médio de 3% a 4% ao ano. As soluções de tecnologia crescem, em média, 17% a 18%", responde o vice-presidente da Amadeus para a América Latina, o brasileiro Decius Valmorbida, ao ser questionado sobre o motivo da mudança de estratégia.
 
Crescer em outros negócios, no entanto, não significa que a Amadeus vai deixar de lado as companhias aéreas. A empresa também quer oferecer serviços de maior valor agregado, como a venda casada de passagens e corridas de táxi, como já acontece na Escandinávia. Em 2010, foram vendidos 40 milhões de bilhetes aéreos naquela região ao Norte da Europa, com a comercialização de 18 milhões de corridas de táxi.
 
Para poder crescer com outros setores e consolidar sua posição entre as companhias aéreas, a Amadeus deverá investir ao menos € 400 milhões em 2012, dos quais pelo menos € 20 milhões no Brasil, o mercado de maior crescimento global para a Amadeus.
 
O mercado de sistemas de reservas é conhecido mundialmente como GDS, do termo em inglês Global Distribution Systems. São soluções para empresas que têm uma operação mundial e que precisam "conversar" com parceiros, fornecedores e clientes, como a TAM Linhas Aéreas.
 
Além das cerca de 800 companhias aéreas, o sistema de reservas da Amadeus está presente em 36,8 mil lojas de locadoras de carros, 90,7 mil hotéis e 90,8 mil agências de turismo.
 
Nas soluções de tecnologia para outras empresas, a Amadeus desenvolve a informatização de toda a operação, como documentos fiscais, por exemplo, e setores de recursos humanos. Esse serviço é voltado para empresas que não tem operação global e também pode incluir companhias aéreas.
 
Cerca de 70% das ações da Amadeus estão pulverizadas no mercado. Os 30% restantes estão divididos entre a Air France (15,22%), a Lufthansa (7,61%) e a Iberia (7,5%). A Amadeus Brasil foi criada em 1999, com a participação de parceiros brasileiros como a Varig. Em 2004 a Amadeus Global assumiu a operação da sua filial brasileira.
 
O último balanço da Amadeus, referente o terceiro trimestre do ano, mostrou faturamento de € 2 bilhões no acumulado dos nove primeiros meses do ano, um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro da companhia antes de impostos cresceu 19,5% de janeiro a setembro, para € 400,6 milhões.

(Alberto Komatsu | Valor)

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