Cade aprova mais de 100 fusões e rejeita participação da Votorantim na Cimpor

Órgão antitruste aprovou mudança de controle do Pão de Açúcar, que passa para o grupo francês Casino, e a venda da Yoki, entre outros.

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) julgou, nesta quarta-feira (4), mais de cem pedidos de fusão e aquisição, na primeira reunião após a entrada em vigor da lei antitruste. A mudança na lei gerou um “boom” de pedidos de fusão, resultando na “supersessão” desta quarta.
 
Na parte da manhã, o conselho aprovou 102 casos mais simples. O órgão deu aval para a operação em que o grupo francês Casino adquiriu a maior parte da capital da controladora do grupo Pão de Açúcar, aprovou a compra da Yoki pela General Mills e a criação de uma joint venture entre Peugeot e General Motors. Também foi aprovada a venda de ativos da Brasil Foods para a Marfrig, que era uma condição da fusão entre Sadia e Perdigão.

No período da tarde, o Cade julgou os casos mais complexos. O conselho aprovou a compra do controle da cimenteira portuguesa Cimpor pela Camargo Corrêa, mas apenas se a Votorantim sair do capital da companhia europeia no Brasil. Dessa forma, o órgão antitruste rejeitou a participação da Votorantim na empresa no País.
 
Como reversão dessa operação, o órgão antitruste aceitou a saída por completo da Votorantim dos ativos da Cimpor em território nacional, conforme acordo assinado voluntariamente com a Camargo na semana passada. A votação foi unânime. Segundo os conselheiros do órgão, o mercado de cimento no Brasil é altamente concentrado, situação que impede a afirmação de que existe rivalidade efetiva entre as companhias.
 
19 processos foram adiados

 
O Cade adiou o julgamento de 19 processos previstos na pauta. Entre eles, estava a criação de uma joint venture entre a CSN e a GPA para explorar serviços de terraplenagem, barragem e movimentações em mineração. A avaliação sobre a joint venture entre a Embraer Defesa e a Telebrás também foi postergada.
 
Também saíram da pauta casos de empresas da área agrícola, como os contratos de licenciamento da Monsanto com a Coodetec e a Don Mario. Ambos para desenvolver, testar, produzir e comercializar variedades de sementes de soja.

(Época)

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