Carlson Wagonlit, de viagens corporativas, compra a Net Tour

A Carlson Wagonlit Travel (CWT), a maior empresa do mundo de turismo corporativo, comprou 100% do capital da brasileira Net Tour, também do setor de viagens corporativas. É a décima quinta aquisição da filial brasileira da franco-americana CWT desde que iniciou suas atividades no país, em 1994. O contrato de compra e venda de ações foi assinado na noite de segunda-feira, mas o valor não foi divulgado.

"Os sócios da Net Tour permanecem. Vamos manter as duas empresas e com o tempo vamos avaliar se mantemos o nome ou se vamos incorporar a Net Tour", afirma o presidente da CWT no Brasil, André Carvalhal. De acordo com ele, "as duas empresas são complementares".

Com a aquisição, Carvalhal estima que o faturamento da CWT vai ficar em torno de R$ 1,5 bilhão em 2012. Este ano, a Carlson deverá faturar R$ 1 bilhão, crescimento de 10% em relação ao ano passado. A Net Tour, por sua vez, deverá ter vendas de R$ 300 milhões em 2011, uma expansão de 30% diante do resultado de 2010.

"Somos a maior empresa do mundo de viagens corporativas. Com a aquisição da Net Tour, queremos consolidar essa posição no Brasil também", afirma Carvalhal. O faturamento global da CWT no ano passado ficou na casa dos US$ 24 bilhões.

O maior movimento de aquisições da CWT no Brasil foi concentrado entre os anos de 1996 e 2001, de acordo com Carvalhal. A última compra da Carlson no Brasil foi da Mapfre Viagens, agência de turismo da seguradora Mapfre, em 2008.

Neste caso, porém, foi uma negociação deflagrada pela matriz da CWT, com desdobramentos nas filiais, que absorveram as operações locais da Mapfre Viagens. A Net Tour foi a segunda aquisição de uma empresa 100% brasileira desde 2001, quando a CWT comprou a Itaú Turismo, agência de viagens do Itaú.

A Net Tour foi fundada em 1995 por Carlos Katibian, Sérgio Vaz e Elias Chaklian. Os três eram gerentes da Bradesco Viagens, que decidiu naquele ano encerrar as suas operações. Os três juntaram suas economias e o dinheiro da rescisão, em torno de R$ 50 mil, para atender a demanda de viagens corporativas do próprio banco Bradesco.

"O flerte teve início em meados de 2009. Contratamos uma consultoria que nos indicou que a Carlson era a melhor opção entre outros pretendentes", afirma Katibian, sócio-diretor da Net Tour. Além de gerenciar a demanda de viagens corporativas do Bradesco, a Net Tour tem as contas da mineradora Vale e da siderúrgica CSN.

A atividade da CWT é 100% focada no mercado corporativo. Do faturamento total, 75% é gerado pela venda de passagens aéreas e os 25% restantes vêm da estadia em hotéis. Neste ano, a Carlson deverá intermediar a venda de até 900 mil passagens aéreas, ante 621,9 mil do ano passado. As projeções indicam a comercialização de até 400 mil vouchers de hotéis (cada voucher corresponde a uma média de duas diárias e meia). A CWT, no país, compete com empresas como Alatur e Flytour.

A pesquisa Indicadores Econômicos das Viagens Corporativas, encomendada pela Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas, mostra que o setor movimentou R$ 21 bilhões em 2010. O resultado deste ano só será divulgado em fevereiro.

(Alberto Komatsu l Valor)

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