Construtoras investem em bairro planejado

Terrenos de até 25 quarteirões –raros hoje na capital paulista, principalmente nos endereços mais centrais– modelados para aproximar residências, escritórios, comércio e parques.
 
Os empreendimentos com ares de bairros planejados, total ou parcialmente abertos à comunidade do entorno, são a aposta de grandes construtoras na cidade.
 
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São projetos com valor estimado de venda de até R$ 4 bilhões. O mais recente, apresentado pela Odebrecht Realizações Imobiliárias no início deste mês, prevê, em 80 mil metros quadrados (ou oito quarteirões), prédios comerciais, residenciais, hotel, shopping e um parque.
 
O empreendimento, nas imediações do Brooklin e da Chácara Santo Antônio, na zona sul, terá acesso livre da população externa –exceto as torres residenciais.
 
A estimativa é que, depois de todas as fases entregues, em 2020, o local receba 65 mil pessoas diariamente, sendo 45 mil de fora.
 
“Esse modelo é comum em cidades que passaram por revitalização, como Nova York”, diz Paulo Aridan, diretor regional da Odebrecht Realizações para São Paulo.
 
Na Barra Funda, zona oeste, uma área de 250 mil metros quadrados (25 quarteirões) abrigará torres residenciais, comerciais, centro para lojas de conveniência e praça aberta ao público.
 
O projeto é da Tecnisa e da PDG, responsáveis também pela infraestrutura da área, incluindo a abertura de nove ruas e duas avenidas.
 
Diferentemente do empreendimento do Brooklin, em que já houve lançamento de uma torre de escritórios –o metro quadrado foi comercializado por R$ 14,2 mil–, o da Barra Funda aguarda liberações para começar as vendas.
 
“Pretendemos lançar a primeira etapa, que são seis prédios residenciais e a praça, até o fim do ano”, diz Fabio Villas Bôas, diretor-executivo técnico da Tecnisa.
 
A estimativa é que o empreendimento seja totalmente entregue em seis anos.

PEQUENO SHOPPING

Em Interlagos, também na zona sul, um terreno de 200 mil metros quadrados (20 quarteirões) reunirá residências, clube, parque e um “mall” (pequeno shopping) aberto ao público.
 
O projeto, da Tiner e da Brookfield Incorporações, teve a primeira fase lançada em 2008 e deverá estar concluído em 2016.
 
“Optamos por abrir ao público só o centro comercial porque a preferência dos potenciais compradores era que o empreendimento fosse fechado”, diz Ricardo Laham, diretor da Brookfield.
 
Diferentemente dos casos do Brooklin e da Barra Funda, o terreno adquirido há quase dez anos não faz parte de nenhuma operação urbana. Não houve, portanto, exigência específica da prefeitura quanto à ocupação. “Áreas desse tipo praticamente não existem mais em São Paulo.”
 
(Carolina Matos | Folha de São Paulo)

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