Depois do Acre, Bob’s busca cidades sem fast-food

Em junho deste ano, a rede Bob”s inaugurou uma loja de 300 metros quadrados e capacidade para 100 clientes sentados no Parque da Maternidade, na área turística de Rio Branco, no Acre. Era o único Estado que ainda não tinha uma lanchonete do grupo e a primeira do tipo na cidade. A expectativa era tanta, que logo nos primeiros dias, filas de mais de um quarteirão se formavam na porta. No dia da inauguração mais de mil pessoas foram atendidas e esse número ainda hoje é alto, em torno de 670 consumidores por dia.

Para não fazer a novidade virar um pesadelo para o grupo, foi aberto um quiosque com sorvetes, sundaes e milk-shakes ao lado, o que diminuiu um pouco a demanda na loja. Agora, a rede já constrói o segundo ponto de venda na região do calçadão comercial da cidade e planeja estar no novo shopping center que tem previsão de inauguração em agosto de 2011.
 
O exemplo de Rio Branco, se repetiu em várias cidades do país como Muriaé (MG), onde a rede Bob”s, um dos braços do grupo a Brazil Fast-Food Corporation (BFFC), está abrindo sua primeira loja.
 
A interiorização da rede de lanchonetes foi decidida há dois anos, em 2008. "Naquela época decidimos aproveitar a onda de expansão econômica que estava sendo retomada. Fizemos reuniões e mergulhamos em vários dados que já tínhamos para ter uma percepção maior de quem é nosso cliente e quem queria ser", diz o diretor da marca no grupo BFFC, Marcelo Farrell. Os dados "mostravam demanda de uma loja em cidades onde ainda não tínhamos chegado". A abertura no Acre completou a cobertura da rede em todos os Estados.
 
Agora, o grupo, que faturou R$ 633 milhões em 2009 e cresce a uma taxa média de 11% ao ano, olha com atenção para cidades de pequeno (entre 60 mil e 120 mil habitantes) e médio portes (de 120 mil a 400 mil habitantes), que tenha taxa de crescimento acima do ritmo do PIB nacional. "O objetivo é atingirmos cidades que tenham um ritmo vigoroso de crescimento, que gerem renda, e que ainda não tenham nenhuma rede de fast food", diz Farrell. A maioria delas está no interior do país.
 
São cidades como Rio do Sul, em Santa Catarina, que tem aproximadamente 90 mil, fica próxima a Blumenau e tem forte indústria de confecção e moveleira, ou Jacobina, com cerca de 75 mil habitantes, um polo de turismo ecológico, e é próxima da Chapada da Dimantina, no interior Bahia. Cidades um pouco maiores como Governador Valadares e Montes Claros (MG) ou Londrina e Maringá (PR) estão recebendo novos pontos de venda.
 
Mas a rede não está deixando de lado os grandes centros. São Paulo, por exemplo, também é prioridade. O Estado tem 152 lojas hoje, das quais 74 são na capital. "Este número deve ser triplicado em dois anos. Não podemos ser pequenos em São Paulo", afirma.
 
Neste ano, foram investidos R$ 45 milhões, com a abertura de 100 lojas. No próximo ano, a rede planeja abrir 203 novos pontos de venda, um crescimento de 24%, com investimento de R$ 90 milhões. Em 2012, serão mais 400 pontos, mas o custo do investimento ainda não está fechado porque depende ainda do tamanhos das unidades. Nos próximos dois anos, o Bob”s crescerá 72% em número de pontos de vendas.
 
Farrell explica que a expansão não precisa necessariamente ser feita no formato de grandes lojas como a aberta em Rio Branco. O Bob”s tem hoje seis formatos de unidades que também podem variar de tamanho. Com isso, o valor da franquia varia de R$ 250 mil a R$ 1,5 milhão, com retorno que varia de 36 a 48 meses.
 
Hoje, a rede é a líder, em número de lojas, do setor de alimentação no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Franquias (ABF), seguida pela americana McDonald”s, com 595 e a Subway, com 500.
 
O Bob”s tem uma rede de 800 unidades, sendo 41 lojas próprias. A empresa trabalha com 240 franqueados. "Em média, cada franqueado tem 3,5 lojas, mas há aqueles que têm 20".
 
(Paola de Moura | Valor)

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