Empresas da AL captam 55% menos no mercado de capitais, diz pesquisa

Os acessos ao mercado de capitais por companhias da América Latina movimentaram US$ 9,7 bilhões durante o primeiro semestre, de acordo com dados divulgados hoje pela consultoria americana Dealogic. Foram 37 operações, que levantaram 55% a menos do que no mesmo período de 2011.

Este é o menor nível para um semestre desde a primeira metade de 2009, informa a empresa. O melhor mês do ano até agora foi abril. Considerando apenas ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), o montante no mês chegou a US$ 3 bilhões, o maior volume mensal desde outubro de 2009.

Na região, o país que movimentou maiores valores foi o Brasil. Foram levantados US$ 3,9 bilhões entre janeiro e junho, sendo US$ 3,6 bilhões apenas no segundo trimestre. O acumulado dos três períodos imediatamente anteriores é menor do que o apresentado no segundo quarto de 2012, calcula a Dealogic.

Olhando apenas para os IPOs brasileiros, o volume foi de US$ 2,1 bilhões entre abril e junho, com apenas três transações registradas e apresentando 5% dos valores totais levantados no mundo todo. Essa foi a maior proporção para companhias nacionais desde o primeiro trimestre de 2010. Anteriormente, o país havia ficado nove meses sem uma oferta.

O maior beneficiado durante este período foi o BTG Pactual, que estreou na BM&FBovespa em 26 de abril, após emplacar o maior IPO brasileiro desde que o Santander Brasil angariou US$ 7,5 bilhões em outubro de 2009. As units do banco de André Esteves foram vendidas por um total de US$ 1,7 bilhão.

Entre os coordenadores de operações que conseguiram a maior quantidade de receitas com ofertas no Brasil, o campeão também é o BTG. O banco conseguiu 20,5% do total no primeiro semestre, seguido pelo Bradesco, com 13,7%, e o Banco do Brasil, com 11,6%.

Olhando setor por setor, as empresas nacionais que conseguiram levantar os maiores montantes foram as financeiras, com 44%, e as de papel e celulose, com 19%. O pior setor foi o agronegócio, que movimentou apenas 1% do valor total.

Além do Brasil, Chile — com US$ 2,1 bilhões, queda anual de 37% —, Colômbia — US$ 1,7 bilhões, cerca de 50% a menos em 12 meses — e México — US$ 1,5 bilhão, recuo de 50% na mesma comparação — registraram operações bilionárias de janeiro a junho.

(Renato Rostás | Valor)

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