Faturamento da Dell cresce acima da média no Brasil

O presidente da fabricante de computadores Dell no Brasil, Raymundo Peixoto, anunciou que o faturamento local cresceu 39% de janeiro de 2010 a fevereiro de 2011.

Fatores como o aquecimento da economia e a recuperação do período de crise influenciaram o crescimento, segundo Peixoto, que não abre qual a representatividade do Brasil nos números globais.

No mundo, a fabricante de computadores cresceu 16% no último ano, totalizando receita de US$ 61,4 bilhões.

Ainda que Peixoto não especifique em números qual é a importância do Brasil para a Dell global, os números de mercado mostram que o país ganha cada vez mais relevância quando o assunto são PCs.

O país fechou 2010 com 13,7 milhões de unidades comercializadas, volume 23,5% maior que o de 2009, segundo balanço da consultoria IDC, o que faz do Brasil o quarto país em vendas de computadores, atrás somente dos Estados Unidos, China e Japão.

Na fábrica da Dell no Brasil, em Hortolândia, interior de São Paulo, Peixoto não abriu dados sobre a lucratividade da companhia no país, mas disse que "os números são positivos". No mundo, em 2010, a Dell teve aumento do lucro operacional de cerca de 60%.

No mercado brasileiro, que vê a contínua queda nos preços de PCs, empresas nacionais como a líder Positivo, por exemplo, têm apresentado queda no lucro. A fabricante brasileira teve queda de 74,4% no lucro líquido do quarto trimestre de 2010 para o mesmo período de 2009.

Mesmo com a lucratividade positiva no país, a Dell vem pesquisando maneiras de aumentar a produtividade da fábrica da empresa, em Hortolândia, no interior de São Paulo.

Para a linha de produção de notebooks, a companhia acaba de finalizar um projeto piloto para implementação dos conceitos de Lean Manufacturing, termo em inglês que, ao pé da letra, significa manufatura enxuta. Uma das mudanças foi instituir que as peças ficassem a até 30 centímetros dos montadores, algo que não acontecia antes.

De acordo com Eduardo Scolari, diretor de operações da Dell, com mudanças simples como esta a nova linha, voltada para a produção de notebooks, aumenta a produtividade da fabricante em 30% na área de computadores portáteis.

A empresa, no entanto, não abre qual a capacidade de produção da fábrica em Hortolândia, nem quantos funcionários trabalham no local. "Agora podemos colocar três linhas no espaço que antes era ocupado por apenas uma", afirma. O sistema está em estudo para ser adotado nas outras fábricas da Dell no mundo.

A região onde está a fábrica da Dell também é a mais cotada para a instalação da nova fábrica da Foxconn no Brasil, para fabricação de produtos da Apple, com investimentos de cerca de US$ 12 bilhões, segundo informações divulgadas pela presidente Dilma Roussef esta semana. A Foxconn atualmente é fornecedora de placas da Dell, assim como a Flextronics.

Estratégia global

Josh Claman, vice-presidente para grandes empresas e setor público para Américas da Dell, a empresa está passando por uma mudança estratégica. Ao invés de ser vista como uma fornecedora dec hardware, a empresa quer ser uma provedora de sistemas de TI.

Prova disso são as aquisições que a companhia fez este ano: a Secure Works, de serviços de gerenciamento de segurança, e a Compellent, especializada em gerenciamento de dados. Além das aquisições, a companhia anunciou investimento de US$ 1 bilhão no desenvolvimento de serviços e sistemas. "Estamos nos movendo para uma empresa de soluções", diz Claman.

(Brasil Econômico)

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