Ferrous obtém licença prévia para terminal portuário no Espírito Santo

RIO – A Ferrous Resources do Brasil, mineradora com sede em Belo Horizonte, Minas Gerais, obteve Licença Prévia (LP) para o Terminal Portuário que pretende construir na cidade de Presidente Kennedy, no Espírito Santo. A aprovação da LP, no início da semana, é importante para o desenvolvimento do projeto de minas, mineroduto e porto que a empresa está tocando há dois anos, disse seu diretor presidente, Mozart Litwinski.

O investimento total da Ferrous soma US$ 3,2 bilhões. O projeto prevê a produção de minério de ferro de suas minas de Viga, Esperança, Serrinha e Santanense, todas localizadas próximas a BH, mais a construção de um mineroduto de 400 quilômetros para levar o minério até o terminal de Presidente Kennedy.

A companhia dispõe hoje de um caixa de US$ 400 milhões e busca um sócio estratégico para tocar o negócio. O processo de escolha está em andamento, informou Litwinski, ex-diretor da Vale e da CSN.

Além de receber a LP para o terminal portuário no Espírito Santo, a Ferrous obteve também a licença de instalação (LI) da mina Viga, que fica próxima da mina de Casa de Pedra da CSN, no município de Congonhas, Minas Gerais. Isto vai permitir à empresa iniciar a construção e exploração da mina.

A Ferrous pretende também iniciar este ano embarque de minério de ferro da ordem de 2,5 milhões de toneladas este ano e chegar a 4 milhões no ano que vem. Este minério será embarcado pelo porto de Sepetiba, da Vale, no qual a Ferrous disputou e ganhou o leilão para embarcar 750 mil toneladas de minério.

O cronograma do projeto da Ferrous prevê a meta de exportar 25 milhões de toneladas de minério de ferro a partir de 2014, com potencial de expansão de mais 25 milhões até 2016. A exportação de minério este ano vai permitir à empresa gerar fluxo de caixa operacional significativo este ano para garantir o sucesso do seu projeto. Os recursos serão engordados com a entrada do sócio estratégico.

Para reforçar o caixa, em 2009 a Ferrous tentou fazer uma operação de abertura de capital na Bolsa de Londres, mas a crise econômica e financeira que derrubou os mercados impediu a realização da operação. Litwinski disse que os sócios da empresa – em grande parte fundos de investimento estrangeiros – estão programando um novo IPO para o segundo semestre deste ano, já contando com o novo sócio estratégico, que poderá ocorrer ou em Londres, onde já tem a papelada pronta, ou na Bovespa.

(Vera Saavedra Durão | Valor)
 

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