Governo quer vender 30% da Cedae na bolsa

O governo do Estado do Rio de Janeiro decidiu vender 30% do capital da Cedae em bolsa. A empresa é a companhia estadual de água e esgoto que atua em 48 municípios do Rio. O desejo de vender era antigo, desde que o governador Sérgio Cabral assumiu em seu primeiro mandato, em 2007. Para isso, a Cedae, que perdeu seu registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por atraso nas publicações de seus balanços, vem sendo saneada. "Quando assumimos, a empresa tinha situação falimentar. Fizemos um trabalho de gestão e agora partiremos para a modelagem da abertura de capital", explica o secretário estadual de governo, Régis Fichtner.
 
O secretário explica que o Estado não tem intenção de deixar de ser o controlador majoritário da companhia e que o objetivo é fazer uma oferta pulverizada no mercado, ao invés de vender para apenas um acionista. O dinheiro arrecadado irá para o Tesouro Estadual.
 
No ano passado, a empresa conseguiu equacionar um de seus principais problemas, uma dívida de R$ 2 bilhões com o governo federal, que era o principal passivo da companhia. A quitação foi feita após uma captação de R$ 1,14 bilhão por meio de oferta pública de cotas de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC). O fundo, que tem prazo de cinco anos e meio, deterá direitos de crédito na prestação futura dos serviços de água e esgoto. A procura, segundo divulgação da empresa à época, superou a oferta em 2,3 vezes. O restante da dívida foi paga com R$ 900 milhões do caixa da Cedae.
 
A companhia também aderiu ao Refis e refinanciou sua dívida com a Receita Federal. Segundo o balanço de 2010, último disponível, o ganho decorrente desse processo é de R$ 325,6 mil, sendo R$ 201,9 mil decorrentes de aproveitamento de prejuízo fiscal e base negativa de contribuição social e R$ 123,6 mil relativos à redução de multa e juros.

Para terminar o saneamento, a Cedae também reestruturou os planos de previdência da Prece, o fundo de pensão dos funcionários da companhia. Foi instituído um novo plano de benefícios e dado um estímulo aos funcionários para migração, que custaria à companhia cerca de R$ 700 milhões. Até maio de 2011, 64% já havia trocado de plano. No entanto, o sindicato dos funcionários entrou na Justiça para impedir tal movimentação. O processo ainda está em andamento.

(Valor)
 

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