Minoritários da PortX querem mais

Dois acionistas minoritários da PortX, as gestoras Mauá Sekular e Nest, propuseram ontem uma nova relação de troca para a incorporação da empresa de operações portuárias pela controladora MMX Mineração e Metálicos.
 
Durante a assembleia que avaliaria a proposta do controlador, ontem, os acionistas sugeriram que na operação seja entregue 0,5042 ação da MMX para cada uma ação da PortX. Essa relação está baseada na média da cotação em bolsa das ações da MMX dos últimos 40 pregões.

No dia 11 de maio, a MMX divulgou a sua proposta a partir da elaboração de um laudo de avaliação e de discussões realizadas pelo comitê especial que constituiu para examinar a questão, seguindo orientações do Parecer 35, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A proposta foi de emitir 0,1954 ação da MMX para cada ação da PortX. Essa relação desagradou o mercado – naquele dia, as ações da PortX caíram 16%.
 
A proposta dos minoritários não foi colocada em votação ontem porque não houve quórum na assembleia – basicamente apenas Nest e Mauá compareceram à reunião.
 
Além dos minoritários, o controlador estava presente, mas se absteve de votar no assunto.
 
Procuradas pelo Valor, PortX e MMX não deram entrevista. Por meio de comunicado, informaram que os acionistas "serão oportunamente informados acerca da convocação de novas assembleias, nos termos da lei".
 
O fato curioso é que a MMX, em 2011, iniciou uma reestruturação societária e fez uma oferta pelas ações da PortX no mercado – passou a deter 99,09% do capital. Agora, a empresa está tendo de negociar com detentores de 0,9% das ações.
 
O desafio dos minoritários é conseguir quórum para aprovar a relação de troca mais favorável a eles em uma nova assembleia. Por outro lado, nada impede que a MMX decida votar em uma próxima reunião, apesar de não ter manifestado sua opinião ontem.
 
Desde o anúncio da incorporação, os minoritários têm mantido conversas com a companhia sobre o tema.
 
Um dos frutos desse diálogo com os poucos minoritários é ilustrado pela decisão da companhia de se abster da votação.
 
Um dos pontos discutidos foi a formação do comitê independente que avaliaria a relação de troca. Ele é constituído por dois conselheiros independentes da PortX, Rodolpho Tourinho Neto e Carlos Alberto de Paiva Nascimento, e pelo conselheiro Paulo Monteiro Barbosa Filho. Os minoritários questionaram a real independência dos membros, que foram indicados pela administração ou conselho da empresa para os postos. Além disso, Nascimento é conselheiro da LLX. Tourinho Neto integra os conselhos da LLX, OGX e MPX. Barbosa Filho é diretor de negócios da MPX. Todas as empresas têm o mesmo controlador, a EBX.

(Valor)

 

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