Múltis investem em automação por competitividade

Investir no Brasil, em tempos de desaceleração dos mercados maduros, é prioridade para as gigantes multinacionais. No entanto, operar localmente é considerado caro em relação a outros mercados – fator evidenciado pelo dólar baixo. Para ganhar mercado no País sem estourar o orçamento, as companhias têm atacado o dispêndio excessivo com mão de obra. A ordem é ganhar escala investindo em mais tecnologia e evitando contratações.

A alemã Basf é uma das gigantes internacionais que se debruçam sobre a tarefa com mais afinco. Os planos para a empresa no País estão fortemente baseados em automação. Prestes a liberar seu maior investimento no País em décadas – uma unidade de ””fabricação de ácido acrílico, no polo de Camaçari, na Bahia -, a companhia já decidiu que, caso o investimento saia, a ordem é reduzir a contratação de mão de obra ao mínimo necessário. Executivos da empresa disseram que, para liberar dinheiro na matriz, é preciso mostrar que o projeto terá tecnologia e automação como forças motrizes.

Essa lógica também será aplicada à operação de tintas da Basf no País – a empresa é dona da marca Suvinil, líder de mercado no País, há mais de 40 anos. A Suvinil, com sede em São Bernardo do Campo (SP), tem a meta de aumentar a produção em 15% até 2013 – para um total de 300 milhões de litros – sem a necessidade de contratar um único funcionário de chão de fábrica. Nos próximos dois anos, os investimentos devem ficar concentrados somente em automação.

Segundo Antonio Carlos Lacerda, vice-presidente sênior da Basf para a América do Sul, a empresa vai implantar 17 projetos de revisão de processos na unidade do ABC Paulista com a meta de manter o número de funcionários em 1.260. "O foco do investimento vai mudar consideravelmente. Contratar está caro – é preciso investir em automação?, diz o executivo. ?E sempre dá para automatizar mais um pouco."

A americana 3M também aposta na automação para fugir do custo da mão de obra. Segundo o diretor de operações industriais da companhia, Afonso Chaguri, a empresa conseguiu, nos últimos três anos, um avanço de 10% a 15% da produtividade em suas diferentes fábricas sem aumentar o número de funcionários. "Substituímos linhas semiautomáticas por totalmente automáticas. Ganhamos velocidade de resposta, qualidade e cortamos custos."

A automação, de acordo com o executivo, é uma arma para a empresa se proteger da invasão de importados. Embora a 3M produza tecnologia de ponta, a companhia se preocupa em fornecer opções mais baratas para combater a concorrência chinesa. "Ano a ano, o Brasil tem perdido competitividade em relação às outras subsidiárias. Felizmente, o motor do crescimento da 3M no Brasil é o mercado interno."

(Agência Estado)

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