Negociação de fundos imobiliários bate recorde e supera volume de 2010

A negociação de cotas de fundos imobiliários na BM&FBovespa bateu recorde mensal em fevereiro, somando R$ 309,96 milhões em 9.568 negócios, crescimento de 339,9% em relação a janeiro.
 
Com isso, o volume financeiro registrado em 2012, de R$ 379,830 milhões em 18.606 negócios, é superior ao total verificado em 2010, quando a negociação de fundos imobiliários ficou em R$ 379,099 milhões em 24.983 negócios. No ano passado, a cifra ficou acima de R$ 900 milhões.

Dentre as carteiras mais negociadas, destaque para o fundo Rio Bravo Renda Corporativa, que registrou o maior volume em fevereiro, movimentando R$ 2,105 milhões.
 
Em janeiro, o fundo encerrou a quarta emissão de cotas que captou R$ 50 milhões, e contou com a participação de 393 investidores pessoas físicas, que responderam pela metade do valor levantado.
 
Em fevereiro, a carteira apresentou ganho de 0,15% e acumulava retorno positivo de 19,84% em 12 meses, segundo a consultoria Fundo Imobiliário, que leva em conta o retorno com a distribuição de dividendos e a valorização das cotas na bolsa.
 
Já o fundo de investimento imobiliário Brazilian Capital Real Estate Fund, o maior do mercado em valor de patrimônio, apresentou um giro de negócios de R$ 1,154 milhão em fevereiro. O fundo aprovou, em dezembro do ano passado, a proposta de elevar em 25% a remuneração atualmente paga pelo fundo, aumentando a distribuição de rendimentos de R$ 0,667 ao mês, equivalente a 8% ao ano sobre o valor de emissão da cota, para R$ 0,833 ao mês, ou 10% ao ano, a partir de janeiro deste ano.
 
Isso promoveu uma valorização da carteira, que acumula ganho de 39,91% em 12 meses e apresentou alta de 1,63% em fevereiro, de acordo com a consultoria. Grande parte desse retorno veio da valorização das cotas, que foi de 32,46% em 12 meses, afirma Vitor Bidetti, diretor da Brazilian Mortgages, gestora da carteira.
 
Em número de negócios, destaque para o fundo Hotel Maxinvest, que tem como foco o investimento em flats e registrou 19 operações, que movimentaram R$ 142.994. O portfólio está em fase de desinvestimento e o ganho de capital com a venda de unidades permitiu um aumento na distribuição de rendimentos de 78,82% na média dos últimos 12 meses, em relação a média do ano anterior. “O fundo está desinvestindo em um momento de alta do setor hoteleiro, o que é muito bom para a carteira”, afirma Bidetti, da BM. O patrimônio líquido do Maxinvest somava R$ 178,136 milhões.
 
A recuperação do setor hoteleiro em São Paulo permitiu que o portfólio tivesse um aumento de 31% na receita com rendas em 2011 em relação a 2010. Com isso, o fundo registrou ganho de 18,67% só em fevereiro e acumulava retorno positivo de 67,05% em 12 meses, segundo a consultoria Fundo Imobiliário. “A taxa de ocupação dos flats em São Paulo saiu de 50% para 70% a 80%”, destaca Bidetti.
 
O fundo imobiliário Shopping West Plaza também se destacou entre os que movimentaram maior volume financeiro em fevereiro. A carteira vem apresentando uma valorização das cotas desde o anúncio da troca de administrador do empreendimento, da Brookfield para a Aliansce, em dezembro. Desde então, as cotas do fundo já subiram 6,64%, refletindo a expectativa dos investidores com uma melhora do desempenho operacional do shopping.
 
Atualmente existem 69 fundos imobiliários registrados na BM&FBovespa, que totalizam R$ 18,458 bilhões em valor de mercado e respondiam por um patrimônio líquido de R$ R$ 12,660 bilhões. Esse valor equivale a 61,7% do total em fundos imobiliários, que somava R$ 20,517 bilhões  distribuídos em 147 carteiras, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Há mais 10 emissões, que devem somar mais R$ 2,138 bilhões.
 
(Silvia Rosa | Valor)

 

 

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