Nova fábrica da Braskem irá em maio ao conselho

A Braskem, braço petroquímico do grupo Odebrecht, deverá submeter ao seu conselho de administração o projeto de construção de uma fábrica de polipropileno (PP) verde. Os investimentos iniciais estão estimados em R$ 170 milhões, mas podem sofrer alterações. Segundo Carlos Fadigas, presidente da companhia, a empresa ainda não definiu onde a unidade deverá ser erguida. A reunião do conselho está prevista para maio.

Os projetos de expansão no país contemplam uma segunda fábrica de polietileno (PE) verde – a primeira do grupo opera em Triunfo (RS). Essa unidade deverá ser construída próxima a uma usina de etanol, para aproveitar as sinergias. Também está em estudos uma outra fábrica de PP à base de nafta no polo de Camaçari (BA). Esse investimento ainda não foi definido, mas um aporte para a construção de uma fábrica com capacidade para 300 mil toneladas gira em torno de US$ 350 milhões.
 
O projeto do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) também deverá ser levado adiante. Segundo Fadigas, três das quatro centrais petroquímicas do grupo deverão passar por investimentos de desgargalamento.
 
Neste ano, a petroquímica antecipará as operações de suas duas novas fábricas, afirmou Fadigas. A unidade de PVC, que está sendo construída em Alagoas, deverá entrar em operação em maio. A unidade de butadieno, intermediário para a produção de borracha, deverá iniciar em julho.
 
Com 35 fábricas e quatro centrais petroquímicas, a Braskem sentiu em 2011 o impacto da crise global em seus resultados. A companhia teve prejuízo de R$ 201 milhões no quarto trimestre, influenciada principalmente pela menor geração de caixa no período, revertendo o lucro líquido de R$ 356 milhões verificado um ano antes. A receita líquida no quarto trimestre ficou em R$ 8,71 bilhões, alta de 25% sobre igual período de 2010. Em 2011, a empresa fechou com receita líquida de R$ 39,816 bilhões, aumento de 26% sobre o ano anterior. No ano, o prejuízo foi de R$ 517 milhões, ante lucro líquido de R$ 1,89 bilhão em 2010.

Os investimentos da companhia deverão somar R$ 1,7 bilhão em 2012, ante 2,1 bilhões em 2011. No ano passado, as unidades produtoras da Braskem operaram com cerca de 80% de sua capacidade. A expectativa é superar 90% este ano.

Fadigas disse que 2011 foi desafiador, dado o cenário adverso, com a crise no mercado europeu. O mercado de resinas termoplasticas, pela primeira vez em oito anos, não cresceu no Brasil. O consumo no país em 2010 e 2011 ficou em 4,9 milhões de toneladas. Segundo ele, indústrias de transformação de plásticos, a chamada terceira geração do setor, foi prejudicada pelos importados (produtos prontos). O setor plástico recuou 1,5% no ano passado. Cerca de 60% das importações são oriundas de portos incentivados.
 
A companhia confirmou o processo de reestruturação, conforme antecipou o Valor. A Braskem desmembrou a área internacional em duas. O executivo Fernando Musa responderá pela Braskem Américas e Roberto Bischoff pela divisão América Latina, recém-criada, devido a seu projeto no México. No Brasil, a divisão de polímeros também foi desmembrada. Marcelo Cerqueira será responsável pela área de vinílicos e Luciano Guidolin pela de PE e PP. Rui Chammas, que respondia por toda área de resina, coordenará a divisão de insumos básicos.

(Mônica Scaramuzzo | Valor)

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