Oi investe R$ 120 milhões na integração de ativos

A Oi inicia uma nova etapa do processo de unificação das operações da Telemar Norte Leste e da Brasil Telecom. Após um longo processo de integração das empresas – iniciado em 2008 e que já envolveu a unificação de equipes, marcas e operações – a Oi prevê concluir neste semestre o processo de integração dos inventários de ativos imobilizados das duas companhias. A lista inclui bens como edifícios, torres, equipamentos, redes de cabos de transmissão e centrais telefônicas.

A integração começou a ser feita há dois anos e demandou um investimento de aproximadamente R$ 120 milhões. “É um projeto bastante vultoso, mas que proporcionará ganhos administrativos e operacionais para a Oi”, afirmou André Borges, diretor de regulamentação e estratégia da operadora. O inventário unificado facilitará a gestão de ativos.

A integração de inventários é menos simples do que parece, considerando o histórico das companhias. Tanto a Telemar Norte Leste como a Brasil Telecom foram criadas a partir da consolidação de 25 estatais, que juntam detinham 26 concessões de atuação nos Estados. “Tudo era em excesso, 26 sedes, 26 centros de logística e uma série de estruturas duplicadas”, afirmou Borges.

O projeto de substituição de 23 sistemas de gestão de inventário por um único sistema foi desenvolvido com o apoio da Ernst & Young Terco e da Apsis e envolveu 450 profissionais da Oi e das consultorias. De acordo com a Apsis, uma companhia de grande porte possui entre 4 milhões e 5 milhões de ativos. No caso da Oi, o inventário registra algumas vezes esse número. O investimento realizado inclui os gastos com as consultorias, despesas com viagens e o desenvolvimento de softwares personalizados para atender às exigências técnicas da operadora.

De acordo com Borges, o desenvolvimento do inventário levou em consideração as especificações estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para dividir os ativos entre bens reversíveis – aqueles que precisarão ser devolvidos à União quando expirarem os contratos de concessão – e os bens não reversíveis, que ficam com a operadora após o prazo de concessão. A lista consolidada dos ativos da Oi será enviada até junho para a Anatel, disse Borges. O executivo informou que os dados consolidados de bens reversíveis e não reversíveis só será conhecida no fim do semestre.

Na lista de ativos existem bens não reversíveis excedentes de que a companhia poderá se desfazer futuramente para reduzir custos operacionais. “Mas esse não é o objetivo da integração dos inventários”, disse o executivo. A meta, segundo ele, é garantir mais controle e qualidade na gestão dos ativos.

No quarto trimestre de 2012, a Oi vendeu imóveis e torres de celular, que proporcionaram um ganho de R$ 200 milhões no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), que foi de R$ 2,5 bilhões. À época, Alex Zornig, diretor financeiro e de relações com investidores da Oi, disse que a operadora avaliava a venda de alguns ativos no futuro e o compartilhamento de infraestrutura de fibra óptica e da rede de quarta geração (4G) como opções para manter o nível de endividamento sob controle. Na semana passada, a companhia obteve aprovação da Anatel para compartilhar a infraestrutura de redes 4G com a TIM.

O inventário poderá servir também como um mapa da estrutura da companhia para a avaliação de projetos futuros de expansão da infraestrutura. Borges afirmou que, após a conclusão do inventário unificado, a Oi poderá realizar outros processos de integração operacional, incluindo a implantação de um novo modelo de gestão dos ativos imobilizados.

Para fazer o levantamento, as equipes da operadora e das consultorias visitaram 5.561 municípios, em todos os Estados brasileiros. Do total de ativos que a companhia possui, aproximadamente 70% dos bens foram verificados em visitas presenciais. O restante dos itens, formado por ativos de difícil verificação presencial, como cabos subterrâneos ou submarinos, foram incluídos no inventário com base na documentação contábil existente.

(Cibelle Bouças|Valor)

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