Pátria faz aporte em laboratório mineiro

O fundo de private equity Pátria promoveu um aporte na empresa de medicina diagnóstica Axial, de Belo Horizonte. Trata-se do primeiro investimento do Pátria por meio da Companhia de Investimentos em Serviços Diagnósticos – empresa criada pela gestora de recursos em dezembro.

Fundada em 1992 pelos médicos Geraldo Mol Starling Filho e Rogério de Aguiar, a Axial é uma rede com dez unidades especializadas em exames de imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom, entre outros.

A receita anual da Axial é de cerca de R$ 40 milhões, segundo especialistas do setor. O segmento de exames de imagem vem sendo muito cobiçado porque gera maior lucratividade em relação aos exames de análises clínicas.

A volta do Pátria a esse mercado chama atenção, uma vez que o fundo optou por criar uma empresa de medicina diagnóstica e não por adquirir uma participação do laboratório como fez com a Dasa (negócio do qual saiu em 2009). A área de exames diagnósticos sempre atraiu Alexandre Saigh, um dos sócios do Pátria, que participou ativamente da Dasa. No caso da Companhia de Investimento em Serviços Diagnósticos, o executivo do Pátria responsável é Daniel Sorretino. Ele tem ao seu lado, como conselheiros, Marco D”Ippolito e Ricardo Scavazza.

Também chama atenção o fato de a nova empresa do Pátria ter adquirido um laboratório em Belo Horizonte – praça em que Fleury e Dasa ainda não conseguiram entrar e que atua exclusivamente em exames de imagens. O mineiro Hermes Pardini, considerado a noiva do setor, atua basicamente em exames de análises clínicas. Com isso, haveria um complemento interessante entre os dois laboratórios. Porém, segundo uma fonte do setor, a família Pardini tem restrições ao Pátria.

O interesse dos Pardini seria se associar a uma operadora de planos de saúde para aumentar sua produção de exames. O diretor-presidente do Hermes Pardini, Roberto Santoro, disse ao Valor há cerca de dez dias, que não havia nenhuma conversa ou negociação em andamento.

Segundo fontes do mercado, um dos entraves para o negócio ser fechado é o valor da transação, algo em torno de R$ 1 bilhão. A família Pardini estaria pedindo esse montante diante das últimas negociações do setor. A rede carioca Lab”s foi adquirida por R$ 1 bilhão pelo Fleury e a rede de laboratórios MD1 foi avaliada em R$ 1,5 bilhão numa transação com a Dasa.

A reestruturação do Pardini, que demitiu conselheiros independentes, diretores executivos e cerca de 500 funcionários, intensificou os comentários do mercado sobre a empresa estar à venda. Procurados pelo Valor, o Pátria e a Axial informaram que não se pronunciariam. (Colaborou Ana Paula Ragazzi)

(Beth Koike | Valor)

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