Perto planeja investir em nova fábrica de terminais

Depois de investir US$ 36 milhões nos últimos três anos no desenvolvimento de novos produtos e soluções com tecnologia própria, a Perto, fabricante de equipamentos para automação bancária e comercial, já planeja erguer uma nova unidade industrial para dar conta do crescimento do portfólio e da demanda. A empresa pode construir uma nova fábrica ao lado da atual, em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, ou optar por outra cidade gaúcha, até mesmo por outro Estado, disse o presidente Thomas Elbling.

Conforme o executivo, o local será decidido nos próximos meses para que a nova unidade tenha condição de entrar em operação no fim de 2011. A expansão exigirá um aporte estimado em R$ 17 milhões, mas permitirá a ampliação da capacidade instalada da empresa entre 40% e 50%. O quadro de funcionários, hoje de 1,5 mil pessoas, também será ampliado, num percentual ainda não definido.

A Perto opera há 22 anos e fabrica desde terminais de autoatendimento bancário e dispensadores de cédulas até processadoras de cheques, impressoras térmicas e autenticadoras. Agora, acabou de lançar um terminal de ponto de venda (POS na sigla em inglês) para processamento de transações com cartões de crédito e débito (magnéticos ou com chip), além de um terminal para captura e tratamento de imagens de cheques e outros documentos, explicou Elbling.

Neste ano, os terminais ponto de venda devem contribuir com cerca de 5% da receita bruta estimada entre R$ 320 milhões e R$ 340 milhões, disse o executivo. Em 2009, o faturamento alcançou R$ 283 milhões, ante R$ 168,4 milhões no exercício anterior, puxado pelo forte aumento das vendas de terminais de auto-atendimento bancário. As exportações oscilam entre 10% e 12% dos negócios e são direcionadas especialmente para países da América Latina e a Índia, onde os equipamentos são montados pela parceira local Lipi Data.

O modelo de ponto de venda da Perto é o primeiro com tecnologia 100% nacional. Já foi homologado pela Cielo e está em análise pela Redecard, as duas maiores redes de cartões no país. Segundo Elbling, 5 mil equipamentos adaptados para uso em correspondentes bancários foram entregues para o Banco do Brasil e "algumas centenas" foram vendidas para o Banrisul, que tem uma rede própria de cartões de débito com mais de 90 mil estabelecimentos comerciais e de serviços credenciados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

A Perto investiu US$ 9 milhões em três anos no desenvolvimento do terminal ponto de venda brasileiro, incluindo todo o projeto mecânico, eletrônico e de software. A empresa está negociando a venda do primeiro lote de máquinas para a Cielo. Segundo Elbling, a capacidade de produção neste momento é de 100 mil unidades por ano, mas a linha de produção pode ser rapidamente ampliada mesmo nas instalações atuais. O equipamento pode ser configurado para operar sem contato físico com o cartão e para verificar a identidade do usuário pela impressão digital.

Desenvolvido simultaneamente com o terminal de ponto de venda, o "scanner" para captura e tratamento de imagens de documentos da Perto exigiu investimentos de US$ 15 milhões. A aposta de Elbling é que dentro de um ou dois anos o sistema se consolide no país, principalmente no setor bancário. A capacidade atual da empresa é de 20 mil equipamentos deste tipo por ano.

De acordo com Elbling, o portfólio de produtos e serviços lançados recentemente pela companhia inclui ainda terminais para venda e recarga de bilhetes de transporte (o sistema está instalado no metrô do Rio de Janeiro) e também para pagamento de estacionamentos. A empresa assumiu ainda, como terceirizada, a operação de 700 caixas eletrônicos do Banco Regional de Brasília (BRB).

(Sérgio Bueno | Valor)
 

 

 

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