Petrobras pode vender refinaria no Japão se receber boa oferta

A Petrobras pode vender sua refinaria no sul do Japão, a Nansei Sekiyu KK, se receber uma boa proposta, disse nesta segunda-feira (7) o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli.

Segundo ele, a empresa poderia vender toda a refinaria, e não apenas uma participação, conforme planejado anteriormente.

A Petrobras apenas completou a compra da refinaria com capacidade de 100 mil barris ao dia há um ano, mas estava considerando vender parte da unidade dentro de seu plano de desinvestimento de US$ 13,6 bilhões, para focar recursos no desenvolvimento das promissoras reservas do pré-sal.

"Nós podemos vender nossa participação (…), mas não temos uma decisão ainda", disse Gabrielli, em uma conferência de imprensa em Tóquio.

Gabrielli de Azevedo está em Tóquio e apresentou nesta segunda-feira a grande demanda da companhia por equipamentos, logística e infraestrutura para o plano de negócios 2011/2015, na Câmara de Comércio Brasileira no Japão.

Poucos interessados
Poderia levar cerca de 2 anos e meio para a Petrobras decidir vender a participação na refinaria.

Isso porque o grupo de possíveis interessados em uma refinaria pequena seria reduzido, especialmente no Japão, onde a demanda por combustíveis está minguando com o envelhecimento da população e o aumento da eficiência energética, segundo fontes da indústria e analistas.

Companhias japonesas não estariam interessadas na refinaria, que pode processar somente petróleo mais caro de alta qualidade, segundo o consultor independente Osamu Fujisawa.

"Se existem compradores, eles seriam uma companhia estrangeira da Ásia, da China, Taiwan ou Coreia do Sul", disse Fujiwawa, acrescentando que a refinaria tem boa estrutura exportadora, com capacidade para atracar grandes petroleiros (VLCC).

Antes de a Petrobras ter considerado vender a refinaria, ela havia planejado atualizar os equipamentos, visando aproveitar a crescente demanda da China por combustíveis.

A Petrobras também tinha considerado usar o local como um polo de armazenagem para suas futuras exportações de petróleo para a Ásia. A companhia planeja dobrar suas vendas para a China, para cerca de 400 mil barris dia em 2020.

A estatal está em conversações com algumas companhias em busca de um parceiro para sua refinaria, informou na semana passada Osvaldo Kawakami, gerente-geral da Petrobras no Japão.

Gabrielli, ao ser questionado durante a visita a Tóquio se estaria disposto a vender toda a participação da Petrobras na refinaria, acrescentou: "Se tivermos uma boa oferta, sim".

A Petrobras comprou 87,5% da Nansei Sekiyu em 2008 por cerca de 5,5 bilhões de ienes (US$ 71 milhões) do grupo Exxon Mobil e em outubro de 2010 adquiriu da Sumitomo o restante. A Nansei Sekiyu é a única refinaria das ilhas de Okinawa, no extremo sul do Japão.

(Reuters)

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