Rede D’Or, Amil e Unimed investem em hospitais no Rio

A região metropolitana do Rio ganhará, nos próximos anos, cinco hospitais privados de grande porte e alta complexidade. São pelo menos mais dois mil leitos, em investimentos que beiram os R$ 500 milhões. A cidade do Rio possui pouco mais de 10 mil leitos.

Três hospitais serão construídos por uma das redes que mais crescem no Rio: a D”Or. A Amil, que já possui quatro hospitais, terá mais um. E a Unimed-Rio, para tentar reduzir custos e fugir do domínio das outras duas, levantará uma unidade própria.

A Rede D ” Or ergueu seu primeiro hospital, o Barra D”Or, em 1998. Em 12 anos, já possui 11 hospitais, sendo quatro de grande porte, construídos pela própria empresa. Dos três hospitais novos, o primeiro, o Norte D”Or, está prestes a ser inaugurado e terá 600 leitos. Segundo o Valor apurou, o investimento gira em torno de R$ 6 milhões. O grupo já tem na manga mais dois projetos, um em Duque de Caxias, já sendo construído, e outro saindo do papel, em Niterói.

Capitalizada – com a injeção de recursos do banco BTG Pactual, e mais um empréstimo de R$ 55 milhões do Banco Mundial -, a Rede D ” Or promete expandir-se ainda mais. O diretor operacional do grupo, José Roberto Guersola, conta que a D”Or está procurando boas oportunidades. Mas muitos donos de hospitais, diz ele, têm pedido preços altos em função dos aportes recebidos.

Outro grande investimento será feito pelo grupo Amil, de propriedade do empresário Edson Bueno. Dono de quatro hospitais de médio porte, investe pela primeira vez num grande complexo hospitalar, o Hospital das Américas na Barra da Tijuca. Serão 395 leitos e 285 consultórios, num investimento total de R$ 240 milhões.

A inauguração do hospital ocorrerá em 2011, enquanto todo o complexo será finalizado em 2012. O grupo conta com a experiência do dono do grupo Edson de Godoy Bueno, que sozinho também investe no segmento e possui outros dois grandes hospitais na região Metropolitana, o Hospital Pasteur no Méier, na zona norte do Rio, de 150 leitos, e o Hospital das Clínicas em Niterói, de 190 leitos.

O terceiro grupo a entrar no negócio de grandes hospitais é a Unimed-Rio. A opção de ter um hospital próprio é inédita no Rio, embora seja estratégia comum da Unimed em outras praças. Com um crescimento significativo de beneficiários (em 1998 eram 264.505 associados, em 2004, 416.859 e no fim deste ano deve chegar a 800 mil), a cooperativa vai investir R$ 180 milhões na estrutura com 210 leitos, para ser inaugurado no primeiro semestre de 2011.

Além disso, a Unimed abrirá três unidades de pronto atendimento, na Barra da Tijuca, em Botafogo e na Tijuca com capacidade para fazer nove mil atendimentos por mês em cada um deles. O custo por unidade é de R$ 6 milhões.

Na outra ponta do negócio, a líder do setor de seguro-saúde Bradesco Saúde, que, pela legislação do setor não pode ter hospitais próprios, considera positiva a expansão do setor no Rio. Marcio Coriolano, presidente da Bradesco Saúde, diz que, além de oferecer melhor qualidade de atendimento ao segurado, um maior número de hospitais abre espaço para negociar preços. "Acabamos fazendo alianças melhores com os operadores de mercado que não são verticalizados", disse Coriolano.

As unidades de pronto-atendimento da Unimed-Rio têm o objetivo de tirar parte de seus clientes atendidos nos centros de emergência dos grandes hospitais. "Hoje você tem muito associado que vai para uma emergência porque não tem tempo ou não encontra atendimento num consultório. Ele não precisaria ir," conta Walter de Oliveira Cesar, assessor de estratégia e operações da presidência da Unimed-Rio. "Se for ao nosso posto exclusivo, além de não ficar na fila, ele terá um custo menor".

(Paola de Moura | Valor)

 

 

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