Ri Happy é comprada por fundo de investimento americano

Aquisição de 85% da maior rede de brinquedos brasileira deve girar em torno de R$ 500 milhões

O fundo de "private equity" americano Carlyle fechou nesta quinta-feira à noite a compra de 85% do capital da Ri Happy, maior rede de lojas de brinquedos do Brasil. O negócio, segundo avaliação de fontes de mercado, deve girar em torno de R$ 500 milhões. O anúncio formal deve ser feito nesta sexta-feira. Fundada em 1988 pelo pediatra Ricardo Sayon, a Ri Happy tem faturamento anual de cerca de R$ 600 milhões ao ano, 110 lojas em 18 estados do país (boa parte delas concentradas na região Sudeste) e cerca de dois mil funcionários.
 
Com mais de US$ 90 bilhões investidos em 260 empresas no mundo, o Carlyle começou sua investida no Brasil em 2010, com a compra de 63,6% do controle da CVC, maior operadora de turismo do país, em janeiro. Depois adquiriu a Qualicorp, corretora de planos de saúde, e a Scalina, dona das marcas de lingerie Scala e TriFil. Só nessas operações, o fundo teria desembolsado pouco mais de US$ 1 bilhão. O projeto do Carlyle, de acordo com fontes próximas ao fundo americano, é ter cerca de dez empresas no seu portfólio na América Latina — boa parte delas no Brasil. No caso da Ri Happy, a ideia é aproveitar o crescimento do setor de brinquedos no país e a concorrência reduzida (hoje PB Kids e Preçolândia, além de Americanas e redes de hipermercados são concorrentes diretos).
 
As negociações entre o fundador da Ri Happy e seu sócio, Roberto Saba, e os representantes do Carlyle no Brasil começaram no início de 2010, quando Sayon já ensaiava a possibilidade de se afastar do negócio, aproveitando o bom momento do varejo brasileiro.
 
Antes, eles chegaram a conversar com outras companhais que mostraram interesse, como a rede Toys "R" Us, mas não houve avanço. No final do ano passado, pressionados pelo fundo americano, que queria uma decisão dos sócios, assinaram um pré-contrato com cláusulas de confidencialidade e comprometimento com o andamento do negócio, que acabou sendo fechado nesta quinta-feira. Pelo contrato assinado, o fundador e seu sócio deixam o comando do dia a dia da operação, mas Sayon continua como mebro do Conselho de Administração.
 
A entrada do Carlyle no negócio pressupõem novos investimentos. Pelo que se sabe, os novos donos deverão colocar R$ 200 milhões em dinheiro novo para dar sustentação ao plano de expansão da rede de lojas que terá duração de três anos. A ideia é abrir cerca de 20 novas lojas ainda este ano, boa parte delas ainda no Sudeste que concentra mais de 70% do total. Nos anos seguintes, a expansão da rede da marca Ri Happy começa a chegar a outras regiões como Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

(Lino Rodrigues | O Globo)
 

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