Rossi fecha parceria com Norcon

A Rossi Residencial assinou, no início da noite de ontem, um memorando de entendimentos com a Norcon, companhia sergipana com forte atuação no Nordeste. As empresas fecharam parceria para operar no mercado imobiliário da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas – e marca a estreia da Rossi nesses dois últimos Estados.

A parceria envolve, inicialmente, quatro projetos que somam R$ 300 milhões de valor geral de vendas (VGV) e pode evoluir, num segundo momento, para um acordo mais robusto entre as duas construtoras.

Inicialmente, Rossi e Norcon irão lançar, juntas, três empreendimentos em Aracaju (SE) com valor total de R$ 220 milhões. O quarto, dentro do Minha Casa, Minha Vida, fica em Piedade (PE) e terá VGV de R$ 80 milhões. A Norcon entra com os terrenos e os projetos, já aprovados, no total de R$ 105 milhões. A parte da Rossi será proporcionalmente maior, equivalente aos outros R$ 195 milhões (R$ 137 milhões em Aracaju e R$ 58 milhões em Piedade).

Segundo Cássio Audi, diretor financeiro e de relações com investidores, a Rossi pretende ampliar sua participação no Nordeste, que em 2010 respondeu por 6% das vendas da companhia. "É o começo de um relacionamento, queremos aumentar a parceria depois de nos conhecermos melhor e entendermos as culturas das duas empresas", disse. "Primeiro noivamos para depois casar e, no limite, pode caminhar para um eventual casamento", respondeu o executivo quando perguntado sobre a possibilidade de aquisição de uma participação da companhia.

A Norcon chegou muito perto de ser adquirida pela PDG Realty no fim de 2009. A companhia é considerada estratégica pela presença já consolidada no mercado nordestino e a experiência no sistema construtivo de estruturas pré-fabricadas, que usa desde a década de 80. Segundo Audi, o amplo banco de terrenos da Norcon no Nordeste (sobretudo na baixa renda, mas também na média e alta) e a tecnologia motivaram a Rossi a fechar a parceria.

A Norcon tentou fazer oferta inicial de ações no primeiro semestre de 2008, mas o mercado fechou logo depois. Como outras empresas do setor que perseguiam o IPO, a companhia contraiu dívidas para aquisição de terrenos. Em 2009, último balanço disponível na CVM, a companhia tinha dívidas de R$ 142 milhões para um caixa de R$ 6,9 milhões. A situação, no entanto, pode ter sido equacionada, mas a empresa não publicou mais balanços desde então.

Segundo Audi, a estratégia de parcerias da Rossi "une o melhor de cada empresa". O executivo afirma que as parcerias não incluem os passivos. "Nós levamos acesso à capital, governança e sistemas de controle e as empresas nos trazem land bank e experiência local." No Nordeste, a Rossi tem parceria com Diagonal, no Ceará, e Costa Andrade, na Bahia.

(Daniela D”Ambrosio | Valor)

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