Santander quer abrir cem novas agências no Rio em cinco anos

O Santander anunciou nesta segunda-feira que pretende abrir cem novas agências no Estado do Rio de Janeiro nos próximos cinco anos, com a geração de dois mil postos de trabalho. Segundo o banco, o programa de expansão no território fluminense pretende dobrar a base de clientes entre pessoas físicas e jurídicas no período. Esse projeto represenará investimentos de cerca de R$ 300 milhões no Rio nos próximos três a quatro anos, incluindo uma nova sede e um grande call center da instituição. O Estado do Rio responde atualmente por 9% a 10% dos negócios de varejo do Santander no Brasil.

Em coletiva nesta segunda-feira, em um hotel em Copacabana, o presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, falou que entre as novas agências, parte ficará em comunidades da cidade, como foi feito no Complexo do Alemao, no ano passado.

– O Santander há muito tempo acompanha o mercado do Rio, cujo PIB (Produto Interno Bruto, bens e servicos produzidos) é maior que o do Chile, quarta maior economia da região – disse Portela, que citou a reportagem de domingo do Globo sobre investimentos no Rio.

Portela falou que entre os projetos para o Rio está uma nova sede para o escritório do banco e call center, mas queixou-se da dificuldade de encontrar prédios na cidade.

– Estamos olhando espaço dentro e fora da cidade. Queremos um call center com um modelo internacional, funcional e com política de recursos humanos – explicou Portela.

O Santander chamou o programa de expansão de "Rio 2 mil e Sempre", garantindo que o projeto vai além dos eventos internacionais na cidade. O banco vai veicular publicidade em canais de TV, jornais e revistas apostando nessa ideia.

Concessão de crédito deve desacelerar, diz banco

Portela afirmou na coletiva que o mercado de credito brasileiro deve desacelerar seu ritmo de crescimento para uma faixa de 13% a 16% em 2012 e 2013. Segundo ele, o crescimento do Santander deve ficar nesse mesmo ritmo, o que significara um acréscimo de R$ 30 bilhões em 2012.

– Nosso estoque de credito ainda crece acima de 20%, mas seria normal que nos proximos meses isso fique um pouco abaixo – disse Portela, que preve um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,5% a 4% em 2012 e 2013.

Segundo ele, o corte dos juros em 0,5 ponto percentual da Selic pelo Banco Central, para 12% ao ano, pode ter efeito positivo para a economia se permanecer muita volatilidade com a crise na Europa e nos Estados Unidos.

– Se a crise continuar forte, vai afetar o Brasil. Por isso, a decisão do Banco Central, acredito, foi positiva e pode ajudar a compensar a dificuldade da crise sobre o Brasil – disse Portela.

Ele reconheceu que existe um debate se o Banco Central deveria ter mantido os juros em 12,50% ao ano e esperado um pouco mais antes do corte. Mas lembrou que uma parte dos economistas esta mais focada no risco da crise para o crescimento.

– Nesse debate, acredito que o Banco Central fez o melhor para o Brasil. Estou no grupo que acha melhor cortar agora do que ter que adotar mais medidas mais violentamente depois – disse Portela.

Mesmo que uma inflação maior posso significar aumento da inadimplência, o que aconteceu no começo deste ano, ele afirmou que os consumidores tiveram tempo para adaptar-se a situação da inflação, refletindo seu aumento de renda.

(Bruno Villas Boas l O Globo)

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