Swarovski busca estilistas para fazer moda no Brasil

A tradicional marca de cristais Swarovski quer virar moda no Brasil – literalmente. Nesta terça-feira (23/8), Robert Buchbauer, CEO da Swarovski Consumer Goods Business (CGB), reuniu-se com um grupo de estilistas brasileiros para avaliar potenciais parceiros. Na noite anterior, a marca promoveu um desfile de alta costura na capital paulista, onde apresentou criações que incorporavam seus cobiçados cristais – o primeiro deste porte organizado na América Latina.

A estratégia já foi adotada em outros países, onde a Swarovski conquistou parceiros de renome mundial, como Versace e Yves Saint Laurent. As parcerias com grifes foram as responsáveis por reconquistar o glamour que ficou perdido entre o brilho do sapato vermelho de Dorothy, de O Mágico de Oz, e as capinhas de celular enfeitadas por cristais.

O interesse no país é justificado. A Swarovski planeja dobrar seu número de lojas no Brasil até 2015 – e saltar das atuais 15 para 30 lojas.  Ao lado do México, o Brasil é o mercado mais importante da América Latina para a empresa que, atuando em mais de 120 países, faturou 3,4 bilhões de dólares em 2010. Buchbauer, tataraneto de Daniel Swarovski, fundador da empresa, falou a EXAME.com antes de partir para o México. Veja os principais trechos da conversa:

EXAME.com – A primeira vez que o senhor esteve no Brasil foi em 1995. O que mudou?

Robert Buchbauer – O país tornou-se muito dinâmico. Eu não diria mais que é um mercado emergente; está se tornando uma verdadeira máquina. É incrível, há muito acontecendo. Eu posso ver as pessoas ficando realmente orgulhosas de seu país, o que é importante. Sou muito otimista com relação ao Brasil.

EXAME.com – Quais são os planos para a operação no Brasil?

Buchbauer – Temos 15 lojas aqui no momento, e o desenvolvimento no Brasil é tal, que vejo facilmente mais 15 lojas até 2015. O Brasil (para a marca) cresce 40% ao ano, o que o torna o nosso segundo mercado em crescimento. O primeiro é o México, um pouquinho maior.

EXAME.com – A Swarovski pretende ir para novos lugares no Brasil?

Buchbauer – Sim. Lógico que começamos no centro comercial, São Paulo, e ainda há potencial aqui. Há também algumas cidades em que tínhamos uma loja e, agora, vemos a oportunidade de ter mais, como Brasília e Rio de Janeiro.

EXAME.com – Há planos para ter parcerias no Brasil, como há com grifes no exterior?

Buchbauer – Sim. Foi a primeira visita da nossa diretora de criação (Nathalie Colin) ao Brasil. Ela ficou impressionada com os estilistas brasileiros. Hoje, tivemos um almoço com alguns estilistas, e a Natalie os conheceu, fez network e com certeza ela voltará logo. Há também o plano de ter um ou dois designers/estilistas trabalhando dentro de nossa equipe, na Swarovski. Na nossa equipe, já há a representatividade de 16 nacionalidades, para trazer elementos de diferentes cultura. Estamos ansiosos pela 17.

EXAME.com –  A Swarovski já começou a vender óculos de sol e venderá maquiagens a partir desse ano. Qual é o próximo passo?

Buchbauer – Vemos muitas oportunidades em novas categorias de produtos. A ideia é vir com um mundo de produtos feitos com o cristal Swarovski e vender em um local. É um dos nossos próximos projetos em que estamos trabalhando agora. Uma loja de departamento nossa. Ainda temos que decidir onde seria aberta a primeira, com roupas, acessórios, talvez gadgets. Se funcionar vamos multiplicar. O plano é abrir daqui a três anos, pode ser em qualquer lugar, o importante é decidir onde será a primeira, se ela funcionar, é como um teste, começará o crescimento.

EXAME.com – Qual a representatividade do país na operação total?

Buchbauer – Está no caminho para o top 10. Deve chegar lá até o final do próximo ano.

(Beatriz Olivon l Exame)

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