Syngenta entra no segmento de nutrição

A multinacional Syngenta anunciou hoje sua entrada no segmento de nutrição vegetal no Brasil, mercado que tem crescido à taxa média de 17% ao ano e que movimentou pouco mais de US$ 500 milhões no País em 2009, segundo o dado mais recente disponível divulgado pela companhia. Líder mundial no setor de defensivos agrícolas e terceira maior em sementes, a empresa espera que seu portfólio de nutrição fature US$ 100 milhões até 2014.

De acordo com balanço divulgado em 3 de novembro, as vendas totais da companhia na América Latina foram de US$ 2,023 bilhões nos nove primeiros meses do ano fiscal 2011, 22% mais que no mesmo período do exercício anterior. No mundo, o faturamento da empresa cresceu 16%, para 10,365 bilhões no período.
 
Marcelo Gregorin, gerente de Novos Negócios da Syngenta, diz que o segmento de nutrição vegetal, que complementa a aplicação de fertilizantes, tem forte potencial de crescimento no País. "Os solos brasileiros, em sua maioria, apresentam baixa fertilidade e por isso o complemento nutricional passa a ser essencial", disse.
 
A entrada da companhia nesse mercado ocorre por meio do lançamento de um produto chamado Quantis, um fertilizante orgânico simples, que agrega macro e micronutrientes e aminoácidos, com aplicação foliar. O produto está registrado para o uso em soja, foco da empresa, e feijão. Depois, haverá registros para milho, algodão e café.

A Syngenta não revela quanto foi investido no desenvolvimento do fertilizante foliar, mas diz que seus investimentos totais em pesquisa somam US$ 1 bilhão por ano. O produto já começou a ser vendido no Brasil e deve ser comercializado também na Argentina. A ideia, segundo André Savino, diretor de Soja Brasil da companhia, é ampliar as vendas para a América Latina. "Existe interesse dos Estados Unidos." O Quantis é sintetizado pela unidade da empresa francesa Lesaffre na Argentina, com a qual a Syngenta, que detém a patente do produto, tem um acordo de exclusividade de distribuição.
 
Em testes de campo em lavouras de soja realizados durante a safra 2010/11, os resultados mostraram um incremento médio de três sacas por hectare. O custo do produto é de cerca de 0,7 saca por hectare, ou US$ 14 por hectare, segundo a companhia.

(Ana Conceição l Agência Estado)

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